A crescente integração elétrica europeia representa um avanço estratégico para fortalecer a segurança, a flexibilidade e a eficiência dos sistemas de energia. Um exemplo notável é a união dos mercados elétricos nórdico e europeu, que abrange Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia, com interconexões robustas que se estendem por diversos países da Europa continental.
A convergência desses sistemas exige uma coordenação operacional cada vez mais eficiente e resiliente, especialmente diante dos desafios impostos pela transição energética. A região nórdica se destaca pela forte geração hidrelétrica, enquanto a Europa continental diversifica com energia termelétrica e fontes renováveis intermitentes. Nesse contexto, modelos computacionais avançados de otimização surgem como ferramentas essenciais para auxiliar operadores de sistemas de transmissão, planejadores e agentes de mercado na tomada de decisões complexas, abrangendo múltiplos países, tecnologias e diferentes horizontes temporais.
Plataformas como o SDDP, desenvolvido pela PSR, permitem simular em detalhes o comportamento dos sistemas elétricos sob diversas condições de incerteza, considerando aspectos como hidrologia, variabilidade de fontes renováveis, demanda e preços de mercado. Isso possibilita uma avaliação mais precisa dos fluxos de energia entre fronteiras, o gerenciamento de congestionamentos na rede e a otimização do uso dos recursos disponíveis, contribuindo para uma operação mais segura, econômica e sustentável.
Em maio deste ano, a PSR firmou um contrato com a Statnett, operadora do sistema de transmissão da Noruega, para fornecer soluções avançadas de modelagem de mercados de energia. A parceria evidencia a importância dessas soluções para garantir a integração elétrica europeia eficiente.
Ao adotar modelos de otimização estocástica, a Statnett fortalece sua capacidade de planejar e operar o sistema elétrico norueguês, alinhando-se aos objetivos europeus de um sistema energético descarbonizado, confiável e interconectado. Este é um exemplo claro de como a inteligência analítica pode impulsionar a transformação energética em escala continental, garantindo maior eficiência e segurança no fornecimento de eletricidade. A medida também serve como medida preventiva para evitar apagões como o recente na Península Ibérica.
Via Exame