Inteligência Artificial vai dominar o mundo? Veja o que autor diz

Entenda como a inteligência artificial está evoluindo e as previsões de um autor renomado.
20/06/2025 às 07:17 | Atualizado há 2 meses
AI vai dominar
Estamos vivenciando um grande salto tecnológico, afirma Ethan Mollick, da Wharton School. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A inteligência artificial (AI) já transformou diversos setores e, segundo Ethan Mollick, professor da Wharton School, mesmo que o desenvolvimento da AI desacelere, as ferramentas existentes continuarão a revolucionar o mercado nos próximos dez anos. Em entrevista, Mollick discute a rápida adoção da AI e os desafios que as empresas enfrentam para integrar essa tecnologia em suas operações.

Mollick, autor do best-seller “Cointeligência: A vida e o trabalho com a AI”, destaca que a adoção da AI tem sido surpreendentemente rápida, com o ChatGPT se tornando um dos sites mais visitados globalmente. Apesar disso, muitas empresas ainda hesitam em adotar a AI abertamente, em parte devido a preocupações legais e de segurança, mas também pelo receio dos funcionários de demonstrarem que seu trabalho é feito pela AI, e não por eles mesmos.

Embora muitos temam a substituição de empregos pela AI, Mollick acredita que ainda é cedo para atribuir demissões à tecnologia. Segundo ele, a maioria das empresas ainda não explorou completamente os benefícios dos sistemas de AI. A AI vai dominar certas tarefas, mas ainda não é capaz de substituir completamente os humanos em muitas funções, pois os modelos de AI ainda não são suficientemente autônomos e precisos.

Líderes empresariais estão começando a considerar como a AI pode transformar suas empresas e como devem se adaptar a essa nova realidade. CEOs de empresas como Shopify e Duolingo já emitiram memorandos destacando a necessidade de adotar a AI para manter a competitividade. A chave está em como as empresas podem se transformar com a AI, ajustando seus objetivos e métodos de trabalho.

Mollick aponta que não há sinais de que o desenvolvimento da AI será interrompido. A eficiência energética dos sistemas de AI está melhorando, e o impacto ambiental, embora presente, não é tão dramático quanto se poderia imaginar. Além disso, barreiras regulatórias que poderiam impedir o avanço da AI parecem improváveis, com a questão se transformando em uma corrida tecnológica global.

A discussão sobre a AI agêntica, sistemas que operam e programam sem intervenção humana, ganha força. Mollick acredita que o objetivo das empresas de AI é alcançar essa autonomia, mas, por enquanto, a AI ainda é mais eficaz em tarefas específicas do que em atividades de uso geral. Isso significa que, atualmente, a “cointeligência” — a colaboração entre humanos e AI — ainda é o modelo dominante.

Mollick também comenta sobre o impacto da AI em diferentes profissões, incluindo a sua própria, a de professor. Ele ressalta que ser “afetado” pela AI não significa ser “destruído”. A AI pode assumir tarefas como corrigir trabalhos, liberando os professores para se concentrarem em outras atividades, como aconselhamento e pesquisa. A gestão proativa pode encontrar novas maneiras de recriar empregos, mas a falta de preparação pode levar a riscos.

Para o Brasil, Mollick oferece uma perspectiva otimista. Ele observa que o país tem acesso às mesmas ferramentas de AI que os EUA, o que representa uma oportunidade única para reduzir desigualdades e avançar na área da educação. Com acesso à internet, qualquer pessoa no Brasil pode utilizar a melhor AI disponível, que fala todas as línguas e oferece um vasto potencial de aprendizado.

Embora cenários de superinteligência artificial dominando o mundo sejam populares na ficção científica, Mollick considera improvável que isso aconteça nos próximos anos. No entanto, ele reconhece que é importante considerar esses cenários e se preparar para diferentes possibilidades.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.