A Invepar, holding de infraestrutura responsável pela concessão do aeroporto de Guarulhos, alcançou um acordo da Invepar com seus credores. O objetivo é suspender temporariamente os pagamentos de dívidas e evitar um processo de recuperação judicial. A negociação envolve o Mubadala Capital, um dos principais credores, e faz parte de uma tentativa de reestruturação extrajudicial.
O acordo da Invepar, conhecido como standstill, deve ser formalizado em breve, antes de uma assembleia de acionistas. A medida ocorre em um momento crítico, com um prazo final se aproximando para a empresa decidir se solicita ou não a recuperação judicial. Invepar e Mubadala não se pronunciaram sobre o assunto.
Fontes próximas às negociações revelaram que aproximadamente 80% dos detentores de títulos locais já demonstraram apoio à proposta. O Mubadala, que inicialmente mostrava resistência nas negociações, retomou as conversas. A Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A., nome formal da empresa, enfrenta dificuldades financeiras devido ao alto endividamento em um cenário de juros elevados.
A taxa Selic em 14,75% exerce pressão sobre a estrutura de capital da companhia. A crise no setor de mobilidade urbana e aeroportuário durante a pandemia também contribuiu para a situação de liquidez da Invepar. Em maio, a S&P Global rebaixou a nota de crédito da Invepar, indicando que uma recuperação judicial era uma possibilidade.
A medida cautelar da Invepar suspendeu os pagamentos de dívidas, respondendo a uma cobrança antecipada de mais de R$ 500 milhões em debêntures por parte de investidores locais. Fundada em 2000, a Invepar atua nos setores de rodovias, aeroportos e mobilidade urbana no Brasil e no Peru. Seu principal ativo é a participação na GRU Airport, concessionária do aeroporto internacional de Guarulhos.
A Invepar é controlada por três dos maiores fundos de pensão de estatais: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal). O acordo da Invepar representa um passo importante para a reestruturação da empresa e a manutenção de suas operações no setor de infraestrutura.
Via InvestNews