Bruno Henrique e irmão teriam combinado cartão amarelo em esquema de fraude em apostas esportivas, indicam diálogos da PF

Diálogos da PF revelam suposto acordo entre Bruno Henrique e seu irmão sobre cartões amarelos.
16/04/2025 às 15:35 | Atualizado há 5 meses
Fraude em apostas esportivas
Diálogos revelam suposto esquema envolvendo Bruno Henrique e seu irmão. (Imagem/Reprodução: Eshoje)

As investigações da Polícia Federal (PF) revelaram um possível esquema de fraude em apostas esportivas envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, e seu irmão, Wander Nunes Pinto Junior. Ambos foram indiciados sob suspeita de manipular resultados para obter lucro em apostas. As evidências apontam para um acordo prévio para que o jogador recebesse um cartão amarelo em uma partida específica.

As mensagens trocadas entre Bruno Henrique e Wander, interceptadas pela PF, sugerem que o jogador teria fornecido informações privilegiadas sobre quando receberia um cartão amarelo durante o jogo entre Flamengo e Santos, válido pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Um trecho das conversas indica que Wander planejava “guardar dinheiro” para apostar, descrevendo a ação como um “investimento com sucesso”.

Em agosto de 2023, Wander questionou Bruno Henrique sobre o número de cartões amarelos que ele já tinha no campeonato, e ambos discutiram a possibilidade de forçar um terceiro cartão na partida contra o Santos. A PF destaca que Bruno Henrique afirmou que não reclamaria e só receberia o cartão se “entrasse forte em alguém”, o que levantou suspeitas sobre a intenção de manipular o jogo.

A operação da PF e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) em novembro de 2024 teve como alvo Bruno Henrique e outros familiares, incluindo o irmão Wander, a esposa de Wander, Ludymilla Araujo Lima, e uma prima do atleta, Poliana Ester Nunes Cardoso. Os três são suspeitos de realizar apostas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique na partida contra o Santos em 2023.

A assessoria de Bruno Henrique informou que não irá se manifestar sobre o caso, e a reportagem não conseguiu contato com os familiares também indiciados. A Polícia Federal também optou por não se pronunciar sobre as investigações em andamento.

O Flamengo, em nota, declarou que não foi oficialmente comunicado sobre o caso. O clube reafirmou seu compromisso com o fair play desportivo, mas defendeu o princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal.

Durante a operação em novembro, a PF e o Gaeco realizaram buscas no centro de treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu, e na residência do jogador. Na ocasião, Bruno Henrique colaborou com as autoridades, entregando seus aparelhos eletrônicos.

A investigação sobre a conduta de Bruno Henrique teve início a partir de relatórios da IBIA (International Betting Integrity Association) e da Sportradar, que monitoram o mercado de apostas e identificaram atividades suspeitas na partida contra o Santos. As informações foram encaminhadas à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ao Ministério da Fazenda.

Via eShoje

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