Após um período de desempenho instável, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) viram-se em uma situação desfavorável no mercado. No entanto, para investidores com visão de longo prazo, existe um princípio fundamental: comprar quando os preços estão baixos e vender quando estão altos. Surge então a questão: seria este o momento ideal para investir no BBAS3?
Cesar Paiva, conhecido como o “Buffett de Londrina” devido aos seus consistentes retornos, revelou em entrevista ao Money Times que aproveitou a recente queda de 32% nas ações do Banco do Brasil para adquirir uma pequena participação. Atualmente, as ações do BBAS3 estão sendo negociadas a um preço semelhante ao de maio de 2023, aproximadamente R$ 19.
Paiva, embora reconheça que os resultados do primeiro trimestre ficaram abaixo das expectativas, acredita que a reação do mercado pode ter sido exagerada. Segundo ele, as ações estão sendo negociadas a 0,65 vezes o valor patrimonial, o que significa que, mesmo com uma possível queda nos lucros, elas ainda estariam sendo negociadas a cerca de cinco vezes o lucro, com um dividend yield estimado entre 7% e 8%, mesmo após uma possível redução no payout.
O “Buffett de Londrina” enfatiza a importância de aguardar a divulgação dos resultados do segundo trimestre, agendada para 14 de agosto, para tomar decisões mais assertivas. Ele não descarta a possibilidade de aumentar ou diminuir sua posição no Banco do Brasil, dependendo do desempenho da empresa. Vale lembrar que a posição de Paiva no BBAS3 teve início durante a pandemia, quando as ações subiram mais de 60%. No entanto, devido a riscos no agronegócio, ele optou por realizar parte dos lucros no início deste ano, e atualmente, o Banco do Brasil representa apenas 4% de seu fundo.
Em contrapartida ao desempenho do Banco do Brasil, Paiva destaca o Bradesco (BBDC4) como um investimento bem-sucedido, com um aumento de 35% no ano. Ele ressalta que as melhores oportunidades surgem quando as ações estão em baixa e o mercado está pessimista. O gestor ainda vê potencial no Bradesco, mencionando que o banco negocia a seis vezes o lucro, com um rendimento de dividendos de 8%, e que o retorno sobre o patrimônio tem apresentado melhoras a cada trimestre.
Além dos bancos, o fundo de Cesar Paiva diversifica seus investimentos em cerca de 20 empresas de nove setores diferentes. Ele demonstra preferência por empresas de commodities, como a Suzano (SUZB3), e se mostra otimista com os preços das empresas do setor elétrico. No setor financeiro, além do Banco do Brasil e Bradesco, a Porto (PSSA3) também figura como um dos seus investimentos. No setor imobiliário, as ações da Allos (ALOS3) e da Log (LOGG3) são destaques, enquanto a MRV (MRVE3) vem ganhando espaço em seu portfólio. Paiva considera a Petrobras (PETR4) uma empresa lucrativa, com potencial para pagar dividendos relevantes, mantendo sua posição nas ações da empresa.
Via Money Times