IOF: entenda como a variação do imposto afeta seus investimentos

Descubra como as mudanças no IOF podem influenciar seus investimentos e planeje melhor seu dinheiro.
23/05/2025 às 15:32 | Atualizado há 4 meses
Impactos nos investimentos
Mudanças no IOF afetam investimentos, dólar e aposentadoria, segundo especialistas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O recente decreto do governo federal sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou debates e preocupações no mercado financeiro. A medida, que inicialmente previa aumento do imposto para empresas, previdência e operações de câmbio, teve parte revogada, causando instabilidade e levantando questões sobre os impactos nos investimentos a curto, médio e longo prazo.

Especialistas apontam que a volatilidade causada pela percepção de maior risco fiscal exige um prêmio mais elevado nos ativos locais, como títulos públicos. O aumento do IOF para empresas também dificulta a obtenção de crédito e eleva o custo da dívida, pressionando a bolsa de valores e afetando principalmente setores que dependem de financiamento, como construção civil e varejo.

Investidores estrangeiros podem encarar as medidas com desconfiança, gerando insegurança e falta de previsibilidade, o que pode diminuir o fluxo de entrada de capitais. A alta do IOF para compra de moeda estrangeira também torna a diversificação em dólar mais difícil para pessoas físicas.

A criação de uma alíquota de 5% para planos de previdência complementar com aportes mensais acima de R$ 50 mil é vista como controversa e pode impactar negativamente o fluxo de aplicações nesses fundos. A melhor forma de lidar com as incertezas é diversificar os investimentos, tanto nos tipos de ativos quanto na localização.

A volatilidade nos mercados financeiros, intensificada pelas recentes mudanças no IOF, exige um prêmio maior nos títulos públicos. Guilherme Almeida, da Suno Research, destaca que essa incerteza fiscal eleva a remuneração exigida em diversos investimentos, aumentando a volatilidade geral do mercado.

O aumento da alíquota do IOF para empresas, de 1,88% para até 3,95% ao ano (e de 0,88% para 1,95% para empresas do Simples Nacional), é um dos principais impactos nos investimentos. Juliana Tomaz, da Asset Management Warren (AMW), explica que essa elevação dificulta a obtenção de crédito e aumenta o custo da dívida, reduzindo a margem de lucro das empresas e afetando negativamente os preços das ações.

O fluxo de capital estrangeiro, que impulsionou a alta do Ibovespa, pode ser afetado pelas medidas do governo. Marcelo Simões, da Terra Investimentos, ressalta que a insegurança gerada pelas intervenções na economia causa falta de previsibilidade, impactando a visão dos investidores estrangeiros.

O aumento do IOF para compra de moeda estrangeira, de 1,1% para 3,5% em espécie e de 3,38% para 3,5% nas operações com cartões, torna a diversificação em dólar mais custosa para pessoas físicas. Para investidores que buscam proteção cambial ou diversificação internacional, a moeda norte-americana continua sendo uma opção, embora com custos mais elevados.

A alíquota de 5% para planos de previdência complementar com aportes mensais acima de R$ 50 mil é vista como controversa e pode impactar negativamente o fluxo de aplicações nesses fundos. Julio Ortiz, da CX3 Investimentos, expressa preocupação de que essa taxa possa reverter o investimento.

Em um cenário de incertezas, a diversificação é a melhor forma de proteger os investimentos. Henrique Soares, planejador financeiro CFP pela Planejar, sugere alocação em fundos com exposição internacional e investimentos atrelados ao dólar para balancear a carteira em momentos de instabilidade local. Essas estratégias são cruciais para mitigar os impactos nos investimentos causados por mudanças nas políticas fiscais.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.