IPCA-15 de dezembro registra alta e economista detalha efeitos na inflação e juros

IPCA-15 de dezembro sobe e analista explica consequências para juros e inflação em 2025.
23/12/2025 às 15:05 | Atualizado há 18 horas
               
IPCA-15 de dezembro surpreende e fica abaixo da expectativa do mercado. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O IPCA-15 de dezembro apresentou alta de 0,25%, um pouco abaixo da previsão. A economista Andrea Angelo explica que o crescimento foi influenciado por fatores pontuais, como ausência dos descontos da Black Friday que reduziram preços em novembro.

A deflação em alimentos ajudou a conter os preços, favorecida pela boa safra e valorização do real. A inflação dos serviços, no entanto, segue alta, pressionada por salários maiores e mercado de trabalho aquecido, influenciando as decisões do Banco Central.

Esses dados adiam os cortes na taxa Selic, previstos para março de 2026, e indicam possível pausa antes que ela atinja 13%. Além disso, o crescimento econômico dos EUA pode reduzir chances de cortes de juros no primeiro semestre.

O IPCA-15 de dezembro terminou em alta de 0,25%, ligeiramente inferior aos 0,29% previstos por analistas. O acumulado para 2025 atingiu 4,41%, enquanto novembro ficou em 0,20%. A economista Andrea Angelo, da Warren Investimentos, explica que a leve aceleração do índice está ligada a fatores que não se repetiram, como os descontos na Black Friday, que pressionaram os preços para baixo em novembro.

A contribuição para a desaceleração também veio da deflação em alimentos, influenciada por uma maior oferta decorrente das grandes safras e pela valorização do real. A entrada de bens importados, sobretudo da China, que não seguem para os EUA devido a tarifas, também tem auxiliado na contenção dos preços no Brasil.

No entanto, a inflação dos serviços permanece elevada, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido e salários maiores, o que é um ponto central para as decisões do Banco Central. Isso tem adiado a expectativa de cortes na Selic para março de 2026, contrariando projeções anteriores que indicavam queda já a partir de janeiro. Também pode ser necessária uma pausa antes que a Selic atinja 13%.

Em paralelo, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 4,3% no terceiro trimestre, superando a previsão de 3,3%. Essa performance deve influenciar a política monetária do Federal Reserve, reduzindo a chance de cortes de juros no primeiro semestre do próximo ano.

Via Money Times

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