O Federal Reserve dos EUA deve suspender os cortes de juros até a nomeação do novo presidente, segundo análise do Itaú. O banco aponta estabilidade na economia e inflação acima do esperado como motivo para essa pausa.
O Itaú projeta desaceleração no crescimento do PIB no fim de 2023, com previsão de expansão de 1% no último trimestre. Para 2024, a expectativa é de cortes de juros que levariam a taxa para 3% a 3,25%.
A instituição destaca ainda o mercado de trabalho estável, com criação moderada de empregos, e a inflação persistente, podendo influenciar futuras decisões do Fed sobre juros.
O Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos tende a suspender o ciclo de cortes de juros até que o novo presidente da instituição seja nomeado, segundo o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita. A expectativa se baseia na manutenção da atividade econômica, estabilidade do mercado de trabalho e inflação acima da meta.
O Itaú projeta uma desaceleração temporária do Produto Interno Bruto (PIB), que deve passar de 3% no terceiro trimestre para 1% no último trimestre do ano, devido à paralisação do governo. Para 2026, a previsão é de estabilidade do crescimento em 2%.
Sobre o mercado de trabalho, os indicadores apontam uma acomodação em nível moderado, com criação média de 75 mil vagas mensais no setor privado. Já a inflação permanece elevada, sem muitos sinais claros de desaceleração, com núcleos inflacionários crescendo cerca de 0,2% ao mês.
O Itaú projeta dois cortes de juros para o segundo semestre de 2024, levando a taxa básica para a faixa entre 3% e 3,25%. Mesquita indica que o futuro presidente do Fed pode ser mais tolerante com a inflação e mais sensível à demanda por juros menores, embora a diretoria do banco central deva permanecer dividida.
Existe o risco de que a oposição dentro do Fed diminua, ou que membros sejam substituídos por outros mais permissivos em relação à inflação. Cortes adicionais poderiam estimular o crescimento para 2,2%, mas manter a inflação alta entre 3% e 3,5%, assim como aumentar a inclinação da curva de juros.
Via Money Times