James Watson, que descobriu a estrutura do DNA, morre aos 97 anos

James Watson, que desvendou a estrutura do DNA, faleceu aos 97 anos, deixando legado na ciência e biotecnologia.
07/11/2025 às 18:22 | Atualizado há 7 horas
               
James Watson
Biólogo norte-americano premiado com Crick e Wilkins, pioneiros da genética. (Imagem/Reprodução: Forbes)

James Watson, biólogo americano, morreu aos 97 anos, deixando um legado importante para a história da ciência. Sua descoberta da estrutura do DNA em 1953 revolucionou a genética e abriu caminho para avanços na biotecnologia.

Nas últimas décadas, Watson enfrentou controvérsias devido a comentários que geraram críticas e isolamento na comunidade científica. Apesar disso, sua contribuição para a biologia molecular é reconhecida mundialmente.

Além da descoberta, Watson liderou o Projeto Genoma Humano e atuou em instituições importantes, como Harvard e Cold Spring Harbor Laboratory. Seu trabalho fundamentou a engenharia genética e terapias com base no DNA.
James Watson, o renomado biólogo americano, faleceu aos 97 anos, deixando um legado marcante na história da ciência. Sua descoberta da estrutura do DNA em 1953 não apenas revolucionou a genética, mas também lançou as bases para a biotecnologia moderna. O Cold Spring Harbor Laboratory, onde Watson trabalhou por muitos anos, confirmou a notícia, que também foi divulgada pelo The New York Times.

Apesar de suas contribuições científicas, os últimos anos de James Watson foram marcados por controvérsias. Comentários sobre genética e raça resultaram em críticas e isolamento por parte da comunidade científica. No entanto, é inegável que Watson deixou uma marca indelével no campo da biologia.

Quando jovem, James Watson já demonstrava uma personalidade marcante e ambição científica. Sua autobiografia de 1968, “The Double Helix”, narra a descoberta da estrutura tridimensional do DNA em colaboração com Francis Crick. Essa conquista rendeu a ambos o Prêmio Nobel de Medicina em 1962 e impulsionou o desenvolvimento da engenharia genética e terapias baseadas no DNA.

A obra “The Double Helix” gerou controvérsia, com críticas de colegas como Francis Crick e Maurice Wilkins, que se sentiram expostos e retratados de forma desfavorável. Watson e Crick também foram criticados pelo uso de dados de Rosalind Franklin sem o devido reconhecimento.

Em 2007, a polêmica se intensificou quando James Watson fez declarações sobre a inteligência de africanos, consideradas racistas. Isso o levou a se afastar do cargo de chanceler do Cold Spring Harbor Laboratory. Apesar de um pedido de desculpas posterior, comentários semelhantes em 2019 reacenderam as críticas.

Nascido em Chicago em 1928, James Dewey Watson formou-se em zoologia e genética, ingressando no Laboratório Cavendish de Cambridge em 1951, onde iniciou sua colaboração com Crick. Juntos, eles desvendaram a estrutura da dupla hélice do DNA, abrindo caminho para a compreensão da replicação genética.

Após suas pesquisas sobre o DNA, James Watson continuou a influenciar a biologia molecular. Em 1956, ingressou no departamento de biologia da Universidade de Harvard, atraindo jovens cientistas e estudantes para a revolução genética. Em 1968, assumiu a direção do Cold Spring Harbor Laboratory, transformando-o em uma instituição de destaque.

Em 1990, James Watson liderou o Projeto Genoma Humano, buscando determinar a sequência completa do DNA humano. Ele se opôs à patenteação de sequências de DNA, defendendo o conhecimento público do genoma. Em 2007, tornou pública sua própria sequência genômica, minimizando preocupações com a privacidade genética.

Apesar de suas contribuições para a ciência, Watson considerava seus livros sua maior realização. Ele valorizava a imagem de bad boy que projetou em “Double Helix” e “Avoid Boring People”. Casado e pai de dois filhos, ele também incentivou mulheres cientistas, como Nancy Hopkins.

Via Forbes Brasil

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