A JBS realizou uma captação de US$ 3,5 bilhões no mercado internacional, marcando a maior emissão de dívida da companhia. A operação, estruturada em três tranches de bonds, visa otimizar o perfil da dívida da empresa. Os recursos obtidos serão destinados ao pré-pagamento de dívidas existentes, visando alongar o prazo médio e ajustar o custo da dívida. A demanda superou em quase cinco vezes o valor ofertado, demonstrando confiança dos investidores.
A emissão foi dividida em três partes: US$ 1,25 bilhão com vencimento em 10 anos e yield de 5,5%; US$ 1,25 bilhão com vencimento em 30 anos e yield de 6,2%; e US$ 1 bilhão com vencimento em 40 anos e yield de 6,4%. Um dos destaques é que essa foi a primeira vez que uma empresa brasileira emitiu um bond com prazo de 40 anos. A Emissão de bonds da JBS também alcançou o menor spread da história para uma empresa brasileira no prazo de 10 anos, fixado em 125 basis points acima das Treasuries de mesmo vencimento, superando a marca anterior da própria JBS.
Os recursos obtidos nesta operação serão utilizados para pré-pagar dívidas com vencimentos em 2027, 2028 e 2030, além de quitar os títulos que vencem ainda este ano. A medida visa alongar o prazo médio da dívida da JBS de 11,7 anos para 15,7 anos. Apesar do alongamento do prazo, haverá um aumento marginal no custo médio da dívida, que passará de 5,4% para 5,7%. A companhia optou por não recomprar os títulos com vencimento em 2029 devido ao seu cupom ser de apenas 3% ao ano.
Com essa estratégia, a JBS reduzirá significativamente suas dívidas de curto prazo, concentrando suas amortizações a partir de 2031, conforme informou uma fonte próxima à empresa. A captação da JBS representou metade de todas as emissões de bonds no mercado internacional na segunda-feira, evidenciando a relevância da operação. A demanda pela Emissão de bonds da JBS foi impulsionada por cerca de 240 ordens, incluindo hedge funds, fundos de crédito, seguradoras e fundos de pensão, com 45 investidores colocando ordens acima de US$ 100 milhões e 9 acima de US$ 300 milhões.
O sindicato de bancos que coordenou a emissão incluiu mais de dez instituições, com destaque para Citi, BTG Pactual, Bradesco, Bank of Montreal, Itaú e XP.
Via Brazil Journal
