Junior oils no Brasil enfrentam desafios com a queda do preço do petróleo

Junior oils brasileiras mantêm resiliência, mas enfrentam desafios com a queda do preço do petróleo e aumento dos custos.
07/11/2025 às 06:41 | Atualizado há 5 horas
               
Junior oils no Brasil
Petroleiras independentes crescem em receita, mas lucros sofrem com queda do Brent. (Imagem/Reprodução: Investnews)

As empresas junior oils no Brasil mostram resiliência apesar da queda no preço do barril de petróleo. Enquanto Prio e Brava Energia aumentaram seu faturamento, a PetroReconcavo teve uma leve retração, refletindo diferentes estratégias no setor.

O custo operacional das empresas tem variado, com a Prio registrando aumento no lifting cost devido a paralisações e a Brava reduzindo seus custos. A gestão eficiente e a adaptação às condições de mercado são pontos destacados por especialistas.

Mesmo com a queda nos lucros, há expectativas positivas de crescimento nos próximos meses. Projetos como a integração de campos e reestruturação apontam para consolidação das junior oils, apesar dos desafios da volatilidade dos preços.
No cenário de queda do preço do barril de petróleo, as empresas Junior oils no Brasil mostram resiliência. A Prio e a Brava Energia registraram aumento em seus faturamentos, enquanto a PetroReconcavo enfrentou uma leve retração. Essa dinâmica reflete diferentes estratégias de produção e gestão de custos no setor.

A Prio alcançou um faturamento líquido de US$ 557,6 milhões, representando um aumento de 18%. Já a Brava Energia obteve US$ 561 milhões, o melhor resultado desde sua criação em agosto de 2024, após a fusão entre 3R Petroleum e Enauta.

Em contrapartida, a PetroReconcavo apresentou uma queda de 8% na receita líquida, totalizando R$ 786 milhões (aproximadamente US$ 150 milhões). Segundo o economista Roberto Castello Branco, essa diferença pode ser atribuída à estratégia da PetroReconcavo de não priorizar a expansão da produção de petróleo, ao contrário da Brava e da Prio.

Especialistas do setor destacam o amadurecimento das empresas Junior oils no Brasil, mesmo diante da baixa no preço do petróleo. David Zylbersztajn, ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ressalta que as empresas são bem geridas e operam com margens consideráveis.

Com a pressão do preço do Brent, o custo operacional para a exploração de um barril de petróleo, conhecido como lifting cost, ganha ainda mais relevância. A Prio reportou um aumento no seu lifting cost para US$ 17,4, o maior valor desde 2019.

A Brava Energia, por outro lado, conseguiu reduzir seu custo operacional de US$ 20 para US$ 15,7 por barril. A PetroReconcavo também viu seu custo de exploração subir, atingindo US$ 15,5 por barril, um aumento de 13%.

O CEO da Prio, Roberto Monteiro, atribuiu o aumento dos custos de extração à paralisação do campo de Peregrino. A produção do campo foi suspensa pela ANP devido a falhas de segurança, sendo retomada após a implementação de melhorias.

Para Roberto Castello Branco, as margens das Junior oils no Brasil permanecem saudáveis com o barril acima de US$ 60, mas podem enfrentar dificuldades caso o preço caia para menos de US$ 50. Ele também aponta que a Petrobras possui custos de operação menores devido ao pré-sal, com lifting cost abaixo de US$ 5.

Apesar da expansão na receita, a Prio e a Brava Energia apresentaram queda no lucro líquido. A Brava registrou um lucro de R$ 120,7 milhões (US$ 22 milhões), uma queda de 75,8%. A Prio teve um recuo de 59%, com lucro de US$ 92 milhões, enquanto a PetroReconcavo apresentou uma redução de 23%, lucrando R$ 158,8 milhões (US$ 29 milhões).

Segundo o analista Vicente Falanga, a Prio tem um cronograma positivo para a entrega de projetos, como a integração de Wahoo e Peregrino. A expectativa é que a produção da Prio ultrapasse 200 mil barris por dia em poucos meses. A Brava Energia também tem focado na reestruturação, com redução de custos e cargos. O CEO da empresa, Décio Oddone, destaca o foco na desalavancagem para fortalecer a posição da companhia até 2027.

No caso da PetroReconcavo, a empresa concluiu uma rodada de perfuração de poços profundos e iniciou a perfuração horizontal, buscando expandir a área de produção.

As empresas Junior oils no Brasil estão se consolidando no mercado, mas ainda enfrentam desafios significativos devido à volatilidade dos preços do petróleo e à necessidade de manter a eficiência na produção.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.