A juíza eleitoral Sílvia Fonseca Silva determinou a quebra de sigilo bancário do filho e da nora do prefeito de Laranja da Terra, Joadir Lourenço Marques (PSDB). A decisão foi tomada no âmbito de uma ação que investiga possível abuso de poder econômico, com a alegação de compra de votos nas últimas eleições. O caso ganhou destaque devido à margem estreita de votos que elegeu Joadir, apenas sete votos à frente do segundo colocado.
A ação foi movida por Florisvaldo Kester (MDB), que perdeu a eleição por uma pequena diferença. Ele acusa Joadir de ter utilizado meios ilícitos para influenciar o resultado do pleito. As acusações incluem a compra de votos e a transferência irregular de domicílio eleitoral de diversos eleitores, o que poderia ter alterado o resultado final das eleições.
Florisvaldo apresentou à Justiça declarações de eleitores que afirmam ter recebido dinheiro em troca de votos para o prefeito Joadir. Uma das testemunhas relatou ter recebido R$ 700 para se deslocar da Serra até Laranja da Terra, com o único objetivo de votar no candidato. Outra testemunha afirmou ter recebido R$ 1.000 pelo mesmo motivo.
Os pagamentos, segundo as denúncias, foram negociados e efetuados pelo filho e pela nora do prefeito, que agora têm seus sigilos bancários sob investigação. A ação movida por Florisvaldo não se limita à quebra de sigilo bancário. Ele busca a cassação do mandato do prefeito Joadir e de seu vice, além de pedir a inelegibilidade de todos os envolvidos no suposto esquema de compra de votos.
A defesa dos investigados alega que as declarações das testemunhas foram obtidas de forma ilegal. Segundo a defesa, pessoas ligadas ao candidato derrotado teriam abordado eleitores, oferecendo até R$ 5 mil em troca de comprovantes de PIX e assinaturas em documentos que confirmassem a venda de votos. Essa versão busca desqualificar as provas apresentadas pela acusação.
Na sua decisão, a juíza Sílvia Fonseca Silva justificou a necessidade da quebra de sigilo bancário. Ela argumentou que, embora o sigilo bancário seja um direito fundamental, ele pode ser relativizado quando há interesse público envolvido e indícios de irregularidades. A magistrada destacou a importância de investigar possíveis movimentações financeiras suspeitas próximas ao período eleitoral.
A quebra de sigilo bancário abrange o período de seis meses, de 6 de abril a 6 de outubro. Os sigilos bancários do prefeito Joadir e de seu vice, que também são alvos da ação, foram preservados nesta etapa da investigação. A decisão judicial foca nas movimentações financeiras do filho e da nora do prefeito, buscando rastrear possíveis pagamentos ilícitos.
A coluna De Olho no Poder tentou contato com o prefeito Joadir para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obteve resposta. O advogado responsável pela defesa do prefeito, seu filho e sua nora também foi procurado, mas preferiu não se pronunciar sobre a quebra de sigilo bancário e as acusações.
A determinação da quebra de sigilo bancário representa um novo capítulo na disputa eleitoral de Laranja da Terra, levantando questões sobre a lisura do processo democrático. As investigações seguem em andamento, e o resultado poderá ter impacto significativo no cenário político local. Fique atento para mais atualizações sobre este caso.