Com a recente ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega expressou preocupações sobre possíveis impactos nas negociações de tarifas entre Brasil e Estados Unidos. Segundo ele, Donald Trump pode intensificar as ameaças ao Brasil, complicando ainda mais o cenário comercial.
Nóbrega mencionou um artigo da revista The Economist, que descreve Trump como alguém que utiliza táticas questionáveis para alcançar seus objetivos. Ele criticou a postura de Lula em relação a Trump, argumentando que confrontos diretos podem ser prejudiciais.
O ex-ministro enfatizou que outros chefes de Estado afetados pelas tarifas de Trump evitaram discussões acaloradas, pois, segundo ele, Trump não hesita em usar seu poder sem medir as consequências. Essa impulsividade pode trazer impactos negativos para a economia brasileira.
Nóbrega criticou a falta de um comitê de negociação robusto por parte do governo brasileiro. Ele sugeriu que o Brasil deveria seguir o exemplo de outros países e investir em lobby nos Estados Unidos, buscando apoio de empresários locais, como os dos setores de aço e suco de laranja, que dependem das importações brasileiras.
Segundo Maílson, o enfrentamento com Trump pode render ganhos políticos no curto prazo, mas, a longo prazo, pode gerar perdas significativas se as negociações de tarifas não forem bem-sucedidas. A implementação de tarifas mais altas poderia impactar a inflação, forçando o Banco Central a aumentar ainda mais as taxas de juros.
O receio do ex-ministro da Fazenda é que, sem um diálogo estratégico e focado em resultados práticos, o Brasil poderá enfrentar dificuldades adicionais nas relações comerciais com os Estados Unidos, especialmente em um contexto político interno delicado.
Maílson alertou que, caso as tarifas não sejam negociadas de forma eficaz, o impacto na inflação pode ser significativo, obrigando o Banco Central a adotar medidas mais drásticas. A ausência de um comitê de negociações de tarifas com os EUA é vista como uma falha estratégica.
Via InfoMoney
