A controladora do Facebook, a Meta, está enfrentando um processo nos Estados Unidos, onde a Comissão Federal de Comércio (FTC) busca anular os acordos de aquisição do Instagram e WhatsApp. Segundo a FTC, a Meta comprou seus rivais emergentes após falhar em tentativas de competir, numa estratégia que teria estabelecido barreiras à entrada e protegido seu domínio por mais de uma década.
O caso antitruste, que se iniciou durante o mandato de Donald Trump, argumenta que a Meta utilizou aquisições para eliminar a concorrência no mercado de redes sociais, onde usuários se conectam com amigos e familiares. A FTC almeja forçar a Meta a reestruturar ou vender partes de seus negócios, incluindo o Instagram e WhatsApp.
A Meta tem se defendido dessas acusações, argumentando que as aquisições do Instagram e WhatsApp beneficiaram os usuários. A empresa também alega que o cenário competitivo mudou drasticamente desde então, com a ascensão do TikTok, do YouTube e do aplicativo de mensagens da Apple.
O julgamento, que poderá se estender até julho, tem como um dos pontos centrais o depoimento de Mark Zuckerberg, onde ele será questionado sobre e-mails que sugerem que a aquisição do Instagram visava neutralizar um concorrente potencial, e sobre a preocupação de que o WhatsApp pudesse se tornar uma rede social.
A defesa da Meta se baseia no argumento de que o aumento de tráfego no Instagram e no Facebook durante uma breve paralisação do TikTok demonstra a existência de concorrência direta. A FTC, por outro lado, alega que a Meta detém um monopólio sobre as plataformas usadas para compartilhar conteúdo com amigos e familiares, listando Snapchat e MeWe como seus principais concorrentes nos Estados Unidos.
Um ponto crucial do caso é se plataformas como X, TikTok, YouTube e Reddit são consideradas intercambiáveis com as plataformas da Meta. A FTC argumenta que essas plataformas, onde usuários transmitem conteúdo para estranhos com base em interesses compartilhados, não seriam intercambiáveis com as plataformas da Meta.
Se a FTC vencer o caso, precisará provar em um segundo julgamento que medidas como a venda do Instagram ou do WhatsApp pela Meta restaurariam a concorrência. A perda do Instagram, em particular, poderia ter um impacto significativo nos lucros da Meta, já que o aplicativo é responsável por uma parcela considerável de sua receita publicitária nos EUA.
De acordo com a Emarketer, o Instagram deverá gerar US$ 37,13 bilhões em receita este ano, o que representa mais da metade da receita publicitária da Meta nos EUA. O Instagram também gera mais receita por usuário do que qualquer outra plataforma social, incluindo o Facebook. Embora o WhatsApp contribua com uma fatia menor da receita total da Meta, é o maior aplicativo da empresa em termos de usuários diários e está intensificando os esforços para ganhar dinheiro com ferramentas como chatbots.
Este caso faz parte de uma série de processos antitruste movidos pela FTC e pelo Departamento de Justiça dos EUA contra grandes empresas de tecnologia, incluindo Amazon, Apple e Google.
Via Forbes Brasil
