Katherine Johnson: o legado da matemática que abriu caminho para a exploração lunar

O legado da matemática de Katherine Johnson: descubra como essa cientista afro-americana abriu caminho na exploração lunar e inspirou gerações.
15/03/2025 às 18:35 | Atualizado há 5 meses
O legado da matemática
Katherine Johnson: uma pioneira na luta contra a segregação racial e de gênero nas ciências. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

Em um mundo onde a imagem de cientistas frequentemente evoca a figura de Albert Einstein, é crucial reconhecer e celebrar outras mentes brilhantes que desafiaram estereótipos e fizeram contribuições inestimáveis. Katherine Johnson, uma matemática afro-americana, é um exemplo notável. Sua história, marcada por superação e genialidade, não só impulsionou os EUA na corrida espacial, como também abriu caminhos para futuras gerações de mulheres nas ciências exatas.

Katherine Johnson, nascida em 1918, demonstrou desde cedo uma paixão por números, um talento que a destacou em um período de segregação racial. As Leis Jim Crow impuseram barreiras significativas à educação de pessoas negras, forçando sua família a mudar de cidade para que ela pudesse completar seus estudos. Aos 14 anos, já havia concluído o ensino médio, e aos 18, formou-se em matemática e francês.

O incentivo de W. W. Schieffelin Claytor, um dos primeiros afro-americanos a obter um doutorado em matemática, foi fundamental. Ele a inspirou a seguir carreira acadêmica e lhe ensinou geometria, conhecimentos que seriam cruciais em sua trajetória. Em 1939, Katherine foi uma das três pessoas negras selecionadas para um programa de pós-graduação.

A história de Katherine Johnson tomou um rumo interessante em 1952, quando a NACA, antecessora da NASA, começou a procurar mulheres negras com habilidades em matemática. Em 1953, ela foi contratada e, devido ao seu talento, foi transferida para um setor onde verificava cálculos e investigava acidentes aéreos. Logo, estaria contribuindo diretamente para as missões espaciais.

Com a criação da NASA em 1958 e o acirramento da corrida espacial, O legado da matemática de Katherine Johnson tornou-se ainda mais vital. Ela não só calculava trajetórias e janelas de lançamento, mas também verificava os cálculos dos primeiros computadores da IBM, garantindo a precisão dos resultados. Foi envolvida nos cálculos da Missão Freedom 7, o primeiro voo tripulado dos Estados Unidos, e desempenhou um papel crucial na missão Apollo 11, que levou o homem à Lua.

Segundo relatos, o astronauta John Glenn depositava tamanha confiança em Katherine Johnson que solicitou a ela que verificasse os cálculos do computador antes de seu voo orbital em 1962. A contribuição de Katherine também foi fundamental para a Missão Apollo 11. Ela calculou as trajetórias que levaram o primeiro homem à Lua, e também atuou na Apollo 13.

Além de suas notáveis habilidades matemáticas, Katherine Johnson enfrentou inúmeros desafios devido ao racismo e sexismo da época. Foi a primeira mulher a receber crédito por suas contribuições em relatórios técnicos, um marco importante em sua luta por reconhecimento. Após 33 anos de serviço, aposentou-se em 1986, mas seu reconhecimento só veio em 2015, quando recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade.

Em 2016, Katherine recebeu outra homenagem com a inauguração de um prédio com seu nome na NASA. Faleceu em 2020, aos 101 anos, deixando um legado inestimável para a ciência e para as futuras gerações de mulheres. A vida e a carreira de Katherine Johnson inspiraram o livro e o filme “Estrelas Além do Tempo”.

Katherine Johnson abriu as portas para que outras mulheres pudessem ingressar no mundo acadêmico e seguir carreiras científicas. Um exemplo é Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computadores.

Via TecMundo