A Tesla deu um passo importante ao lançar seus primeiros táxis robô da Tesla em Austin, Texas. A iniciativa, que utiliza veículos Model Y, marca um teste em pequena escala do serviço de transporte autônomo. No entanto, o desafio agora é alcançar a meta ambiciosa de Elon Musk: implementar o software em milhões de veículos em um ano. Especialistas do setor alertam que essa expansão pode ser mais difícil do que parece.
Analistas e especialistas em tecnologia de veículos autônomos expressaram opiniões diversas sobre as chances da Tesla. Uma expansão tão rápida exigirá superar obstáculos complexos, segundo a _Reuters_. A Tesla, no entanto, possui algumas vantagens. A empresa tem capacidade de produção em massa e experiência em atualizações de software remotas, que podem aprimorar o sistema de direção autônoma. Além disso, a Tesla utiliza apenas câmeras e inteligência artificial, dispensando sensores como radar e lidar.
Seth Goldstein, analista da Morningstar, acredita que a implementação pode ser rápida se o software for eficaz. Ele ressalva, porém, que a Tesla ainda está testando o produto. O lançamento em Austin envolve um experimento limitado, com carros operando em área restrita, monitores de segurança, teleoperadores remotos e influenciadores selecionados como passageiros.
Bryant Walker Smith, professor da Universidade da Carolina do Sul, compara o teste em Austin com anunciar uma viagem a Marte e ir apenas até Cleveland. Musk, por outro lado, mantém sua previsão de que milhões de Teslas operarão de forma autônoma no próximo ano.
Philip Koopman, da Carnegie Mellon University, destaca o desafio de treinar os táxis robôs para lidar com situações de tráfego complexas. Ele questiona se a Tesla conseguirá superar a Waymo nesse aspecto, mencionando o tempo que a concorrente levou para desenvolver sua tecnologia. A Waymo, da Alphabet, iniciou seu projeto de carro sem motorista em 2009 e já possui uma frota de 1.500 táxis robôs em operação.
Paul Miller, analista da Forrester, aponta que a Waymo ajudou a pavimentar o caminho para a Tesla, superando desafios técnicos e regulatórios. Miller também destaca a vantagem da Tesla como fabricante em massa, já que a Waymo adquire veículos e os equipa com tecnologia mais cara. John Krafcik, ex-executivo da Waymo, expressou ceticismo em relação à segurança da tecnologia da Tesla em larga escala.
Alguns analistas alertam que a estratégia “go-fast” da Tesla pode prejudicar a confiança do público e atrasar o progresso do setor. A Tesla já enfrentou problemas legais e regulatórios com seu sistema de assistência ao motorista Full Self-Driving (FSD), que não é totalmente autônomo. Uma investigação federal recente examina o papel do FSD em colisões, algumas fatais, envolvendo condições climáticas adversas.
Antes do teste em Austin, Musk afirmou que a tecnologia do táxi robô da Tesla seria semelhante à de qualquer Tesla, com apenas uma atualização de software. No entanto, um vídeo de um passageiro mostrou um veículo entrando na contramão em um cruzamento, gerando questionamentos sobre a segurança do sistema.
O lançamento do táxi robô da Tesla representa um passo importante, mas a empresa ainda precisa superar desafios significativos para alcançar sua visão de transporte autônomo em larga escala. A segurança e a capacidade de lidar com situações complexas de tráfego serão cruciais para o sucesso da iniciativa.
Via Forbes Brasil