Lojas 7-Eleven passam por reestruturação para evitar oferta de aquisição de R$ 269 bilhões

Oferta de aquisição da 7-Eleven: Reestruturação bilionária para evitar a compra. Entenda a estratégia e os próximos passos da gigante japonesa!
06/03/2025 às 11:39 | Atualizado há 8 meses
               
Oferta de aquisição
Seven & i inicia sua maior reestruturação empresarial e de liderança após seis meses difíceis. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Seven & i Holdings, a gigante japonesa por trás da rede de conveniência 7-Eleven, está passando por uma transformação crucial. Recentemente, a empresa nomeou Stephen Dacus como seu novo presidente-executivo, o primeiro estrangeiro a ocupar o cargo. Ele chega com a missão de reestruturar os negócios da empresa e evitar uma potencial oferta de aquisição de US$ 47 bilhões.

A mudança ocorre após seis meses de turbulência, desencadeada por uma oferta de aquisição da Circle-K Alimentation Couche-Tard (ACT). Em resposta, a Seven & i revelou uma reestruturação abrangente, tanto em sua gestão quanto em suas operações. Dacus, em declarações à imprensa, indicou que as discussões com a Couche-Tard prosseguirão, embora existam desafios regulatórios que possam impedir uma fusão.

A Seven & i, que opera mais de 80 mil lojas 7-Eleven em 20 países, também anunciou a venda de sua unidade de superlojas para a Bain Capital por 814,7 bilhões de ienes (US$ 5,50 bilhões). Além disso, planeja reduzir sua participação no Seven Bank para menos de 40%. A empresa pretende recomprar cerca de 2 trilhões de ienes em ações até 2030 e buscar a listagem de sua subsidiária norte-americana de lojas de conveniência até o segundo semestre de 2026.

Investidores têm criticado a alocação de capital da Seven & i há anos. A oferta de aquisição da ACT, que chegou a US$ 47 bilhões, intensificou essa pressão. Em resposta, um grupo liderado pela família Ito, fundadora da Seven & i, apresentou sua própria oferta de aquisição, enquanto a administração explorava uma reestruturação independente. Dacus, que liderou um comitê especial para avaliar as ofertas, mencionou sua identificação com os franqueados da 7-Eleven, já que seu pai foi um deles.

Apesar da reestruturação, alguns analistas acreditam que a oferta de aquisição da ACT ainda pode ser viável. Travis Lundy, analista da Smartkarma, argumenta que os desinvestimentos anunciados deixam a Seven & i focada no negócio de lojas de conveniência, o que interessa à ACT. Com a IPO da subsidiária ainda distante, há tempo para um acordo envolvendo a totalidade da empresa.

Ryuichi Isaka, presidente da 7-Eleven desde 2016, enfrentou críticas de investidores estrangeiros, como a ValueAct Capital, que questionaram sua estratégia. Isaka liderou a aquisição dos postos de gasolina Speedway, da Marathon Petroleum, por US$ 21 bilhões em 2020, expandindo a presença da empresa nos EUA. No entanto, analistas consideraram o preço elevado e criticaram a manutenção de subsidiárias de baixa margem no Japão.

Em outubro, Isaka apresentou um plano de recuperação visando dobrar as vendas para 30 trilhões de ienes até 2030, com foco na expansão internacional e em ofertas de alimentos frescos. Dacus indicou que manterá essa estratégia, buscando levar a qualidade dos alimentos do Japão para as lojas nos EUA. Se a ACT concretizar a oferta de aquisição da Seven & i, será a maior aquisição estrangeira de uma empresa japonesa.

Via InfoMoney