Em entrevista ao jornal norte-americano The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou as recentes tarifas comerciais de 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas por Donald Trump. Lula ressaltou a importância de não confundir disputas políticas com **negociação comercial com Trump**, defendendo que os temas sejam tratados separadamente. A declaração ocorre em um momento crítico, às vésperas da entrada em vigor das tarifas.
Lula afirmou desconhecer as informações que Trump possa ter recebido a seu respeito, mas garantiu que, se o presidente dos EUA o conhecesse, perceberia que ele é “20 vezes melhor” que o ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro enfatizou a necessidade de Trump ponderar sobre a natureza do conflito: se deseja uma disputa política, que assim seja tratada; se o interesse é o comércio, que se estabeleça um diálogo para discutir os termos.
O anúncio das tarifas foi feito por Trump em uma carta direcionada a Lula, divulgada em sua rede social em 9 de julho. Na justificativa, Trump alegou um inexistente déficit comercial dos EUA com o Brasil. Na realidade, os Estados Unidos possuem superávit na relação comercial. Trump mencionou decisões judiciais desfavoráveis a big techs e o que classificou como “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
Na carta, Trump expressou que Bolsonaro é alvo de perseguição política e exigiu o fim imediato dessa situação. Diante da iminente implementação das tarifas, Lula declarou que não pretende “chorar sobre o leite derramado”. O Brasil buscará alternativas para vender seus produtos para outros países, ressaltando a forte relação comercial com a China, atualmente o principal parceiro comercial do Brasil, à frente dos EUA.
Lula enfatizou que o Brasil não aceitará participar de uma guerra fria entre os Estados Unidos e a China. O interesse do Brasil é vender para quem desejar comprar e pagar o melhor preço.
Via Forbes Brasil
