O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está planejando uma virada na comunicação de Lula para revitalizar sua imagem e tentar recuperar a popularidade. A estratégia envolve a substituição do slogan atual, “União e Reconstrução”, por uma mensagem com um tom mais nacionalista e de combate às desigualdades. A ideia é mostrar que o governo tem um posicionamento claro em relação aos privilégios e às disparidades sociais.
Essa mudança está sendo liderada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, com o aval do próprio Lula. O objetivo é que a nova mensagem ressalte que o combate aos privilégios abre caminho para que mais pessoas possam prosperar, indo além da polarização entre ricos e pobres.
A comunicação oficial do governo passará a dar mais destaque a medidas já implementadas, como o crédito para reformas de casas e o apoio a microempreendedores, com foco na classe média. Ministros foram orientados a enfatizar que a desigualdade é o principal obstáculo a ser enfrentado pelo país. A nova estratégia de comunicação deve combinar conceitos como trabalho, justiça social e defesa dos interesses do Brasil.
Um evento que impulsionou essa mudança foi o anúncio do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a taxação de produtos brasileiros. Em resposta, Lula voltou a usar o boné com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, reforçando um discurso mais patriótico. A medida também busca distanciar o governo do chamado Centrão. Auxiliares de Lula argumentam que a coalizão com partidos de interesses divergentes acaba enfraquecendo a identidade do governo.
Atualmente, todas as campanhas e iniciativas dos ministérios precisam da aprovação da Secom. A troca do slogan já estava em discussão há alguns meses, mas foi acelerada após a crise envolvendo o decreto que aumentava a alíquota do IOF. A derrubada da medida por partidos aliados no Congresso expôs o desgaste na relação de Lula com o Legislativo.
O governo recorreu ao STF, e uma audiência de conciliação está agendada. Diante desse cenário, o PT lançou uma campanha nas redes sociais com o slogan “BBB: Bilionários, Bancos e Bets“, acusando os mais ricos de não contribuírem com a arrecadação. A campanha teve repercussão popular, segundo monitoramentos internos.
Sidônio Palmeira, que assumiu a Secom com a missão de elevar a popularidade do governo, ainda não atingiu esse objetivo. Lula perdeu apoio no Nordeste e entre os mais pobres, e a recuperação tem sido lenta. A comunicação do governo enfrentou diversas crises, desde boatos sobre taxação do Pix até atritos com o Congresso. Apesar disso, o vice-presidente Geraldo Alckmin declarou que Sidônio tem “experiência e sensibilidade” para seguir em frente.
Enquanto a oposição tenta convocar o ministro para explicar campanhas que criticaram o Congresso, Sidônio nega qualquer envolvimento do Planalto nas publicações e conseguiu adiar sua ida à Câmara. Até lá, o novo slogan já deve estar em vigor.
Via InfoMoney