Maha se transforma em fintech após fusão com a Keo Boston

A Maha abandona o setor de petróleo e agora é uma fintech após fusão com a Keo World.
06/10/2025 às 17:02 | Atualizado há 1 mês
               
Maha vira fintech
Maha troca a velha economia pela nova com apoio da Starboard. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Maha, antes atuando no setor de petróleo, anuncia uma transformação significativa ao se fundir com a fintech Keo World. A proposta inclui a venda de sua participação em petróleo e a formação de uma nova entidade, chamada Keo Credit, que terá uma listagem planejada na Nasdaq. Essa fusão pretende otimizar recursos, injetando US$ 105 milhões da Maha na operação.

Nesta nova fase, Keo Credit vislumbra um faturamento anual de até US$ 130 milhões em dois anos, com um potencial de avaliação de até US$ 2,8 bilhões. Os investidores estão mostrando confiança na novidade, com aporte de US$ 35 milhões da Hayfin Capital Management. Roberto Marchiori, com uma longa trajetória na Starboard, assume a liderança da nova empresa.

As operações da Keo se concentram na América Latina, oferecendo soluções financeiras inovadoras a grandes multinacionais. Com novos investimentos, a previsão é aumentar seu volume financeiro para US$ 10 bilhões anualmente. Marchiori acredita que essa mudança é uma resposta a um mercado financeiro em expansão na região, aproveitando as altas taxas de juros e a demanda por serviços de crédito.
A empresa Maha, listada em Estocolmo e com a gestora brasileira Starboard como acionista de referência, está redirecionando seus negócios do setor de petróleo para o ramo de Maha vira fintech. Essa mudança estratégica envolveu a venda de todos os ativos de petróleo da companhia, incluindo sua participação na Brava Energia e campos nos Estados Unidos.

Simultaneamente à venda dos ativos de petróleo, a Maha firmou um acordo com a Keo World, uma fintech americana que possui licença da American Express para oferecer soluções de pagamento e financiamento a grandes empresas. A transação prevê a fusão entre a Maha e a Keo, em um reverse IPO que listará a Keo na Bolsa de Estocolmo, concedendo à fintech acesso ao caixa líquido de US$ 105 milhões da Maha.

A nova empresa, denominada Keo Credit, planeja iniciar o processo para uma listagem adicional na Nasdaq, visando atrair os múltiplos de avaliação mais altos do mercado americano. Como parte do acordo, investidores institucionais, como a gestora britânica Hayfin Capital Management, estão injetando US$ 35 milhões na Keo, avaliando a empresa em US$ 680 milhões.

Após a conclusão da operação, os acionistas da Keo deterão 40% da companhia combinada, enquanto a Starboard ficará com cerca de 20% do capital. O CEO da nova empresa será o brasileiro Roberto Marchiori, sócio da Starboard há nove anos. Essa mudança representa uma grande transformação para a Maha, que busca um novo horizonte no setor financeiro.

A Maha estima que, ao processar US$ 6 bilhões anualmente, o que a empresa espera alcançar em dois anos, a receita anual será de US$ 100 milhões a US$ 130 milhões, com um lucro líquido entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões. Com base nesses números, a empresa poderia ser avaliada entre US$ 2,2 bilhões e US$ 2,8 bilhões, considerando o múltiplo EV/receita médio de 21,6x de fintechs comparáveis listadas e não listadas, como Ramp, Brex, Clara e Pleo.

Paolo Fidanza, fundador da Keo em 2020 e um empreendedor com histórico de outras startups vendidas, atuará como conselheiro da nova empresa. A Keo opera na América Latina (principalmente no México, Peru, Chile e Brasil), Canadá e Estados Unidos, oferecendo soluções de cartões de crédito corporativos, pagamentos digitais com cartão e antecipação de recebíveis para grandes empresas.

Na América Latina, a Keo atende principalmente subsidiárias de grandes multinacionais, que utilizam as três soluções da fintech. A Keo facilita as operações financeiras das empresas, desde viagens de executivos com cartões corporativos até compras internacionais e antecipação de recebíveis. Nos últimos dois anos e meio, a fintech financiou quase US$ 1 bilhão para empresas, principalmente no México, Chile e Peru, mantendo níveis controlados de inadimplência.

A expectativa é que, com o novo capital, esse montante alcance cerca de US$ 10 bilhões por ano nos próximos três anos. Roberto Marchiori, em entrevista ao Brazil Journal, explicou que a decisão de migrar do petróleo para os serviços financeiros se deve à grande oportunidade que ele enxerga neste mercado na América Latina. Ele destaca o ciclo atrativo de renda fixa e juros altos na região e a intenção de trazer para a Maha o mercado de crédito de curto prazo e antecipação de recebíveis B2B.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.