Mapfre é a seguradora mais sustentável do Brasil, segundo ranking

A Mapfre lidera o ranking de sustentabilidade entre seguradoras brasileiras, destacando-se por práticas ambientais e sociais.
16/05/2025 às 15:55 | Atualizado há 4 meses
Ranking de Seguradoras Sustentáveis
"Porto Seguro lidera ranking da RASA; Bradesco, Allianz e Itaú completam top 4 em seguros, com destaque para veículos.". (Imagem/Reprodução: Exame)

A Mapfre conquistou o primeiro lugar no Ranking de Seguradoras Sustentáveis do Brasil, o RASA, divulgado pela Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS). A pesquisa avaliou 13 seguradoras no país, considerando 28 critérios socioambientais. A Mapfre obteve 12,80 pontos, liderando o ranking, enquanto Bradesco Seguros e Allianz ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

O estudo considerou diversos fatores, desde a mitigação das mudanças climáticas até a eficiência hídrica e o combate à corrupção. A agenda ESG (ambiental, social e de governança) ganha força no setor de seguros, embora o caminho para a sustentabilidade plena ainda seja longo, conforme apontado pela diretora da SIS, Luciane Moessa.

A pontuação da Mapfre contrastou com a da última colocada, Itaú Seguros, que obteve apenas 0,25 pontos, valor considerado “muito abaixo da média”. A Mapfre se destacou pela transparência na divulgação de informações ambientais e pela oferta de produtos com impacto positivo. Seguros para veículos elétricos, painéis solares e bicicletas são exemplos de suas iniciativas.

Outro ponto forte da Mapfre foi a incorporação de critérios socioambientais em suas políticas de gestão de investimentos e subscrição de riscos. A avaliação de riscos climáticos pelas seguradoras é crucial, considerando que cidades brasileiras gastaram R$ 700 bilhões com eventos climáticos extremos em 12 anos. Entre 2013 e 2024, 95% dos municípios brasileiros foram afetados por desastres naturais.

O Ranking de Seguradoras Sustentáveis identificou falhas em todo o setor. Nenhuma das seguradoras pontuou em aspectos como a incorporação de riscos ESG no processo decisório, a transparência sobre a composição do portfólio de investimentos e o mapeamento da localização das atividades financiadas.

A baixa abrangência das bases de dados para identificar riscos socioambientais e climáticos é outro ponto crítico. Luciane Moessa destacou que isso leva à concessão de seguros e investimentos em empresas envolvidas em ilícitos ambientais e sociais. Uma nova norma, prevista para 2027, exigirá que empresas brasileiras de capital aberto reportem riscos climáticos com o mesmo rigor das demonstrações financeiras.

Apesar da liderança da Mapfre, a sustentabilidade ainda não está totalmente integrada ao núcleo dos negócios das seguradoras. As ações se concentram em gerenciar impactos ambientais, ações filantrópicas e marketing de iniciativas ESG, conforme explicou a diretora da SIS. O tema ainda é tratado por áreas de comunicação e marketing, e não pelas áreas-fim das empresas.

A liderança no Ranking de Seguradoras Sustentáveis representa uma oportunidade para a Mapfre se posicionar como referência na transformação do mercado segurador brasileiro. As seguradoras têm um papel estratégico na transição para uma economia de baixo carbono, podendo precificar riscos climáticos e incentivar ações responsáveis.

Apesar dos desafios, o setor de seguros tem a chance de liderar a adoção de práticas mais sustentáveis, influenciando positivamente a sociedade e o meio ambiente. A pressão por transparência e a crescente conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas devem impulsionar essa transformação.

Via Exame

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.