O sucesso da Piccadilly no mercado calçadista brasileiro chama atenção. Em 2024, a marca gaúcha faturou R$ 587 milhões e projeta alcançar R$ 680 milhões em 2025, um crescimento de 16%. A produção também avança, com previsão de 9,4 milhões de pares este ano, 15% a mais que em 2023. Nos primeiros quatro meses, o faturamento subiu 33% e a produção cresceu 20%.
Cristine Grings Nogueira, CEO da empresa, destaca que a marca busca acompanhar a mulher moderna em todos os momentos. O conforto e a presença em múltiplos canais são pilares da estratégia. Enquanto o setor calçadista nacional prevê crescimento modesto entre 1,4% e 2,2% em 2025, a Piccadilly segue na contramão, com exportações para 100 países representando 30% do faturamento.
Fundada em 1955 em Igrejinha (RS), a empresa começou com produção quase artesanal. Em 1968, deu o primeiro passo nas exportações, enviando calçados para a Inglaterra. Nos anos 1990, inovou ao lançar tecnologias focadas em conforto, como o Calce Perfeito. Hoje, sob comando da terceira geração da família, a marca mantém governança estruturada com conselhos administrativos, de sócios e familiar.
A adaptação às mudanças do mercado é outra marca da Piccadilly. Durante a pandemia, lançou o Marshmallow, primeiro calçado de EVA feito por uma marca brasileira. Em 2023, apostou em parcerias com Barbie, Smurfs e Ursinhos Carinhosos. A atriz Carolina Dieckmann foi escolhida como embaixadora para representar a mulher moderna que busca conforto sem abrir mão do estilo.
Quatro frentes sustentam o crescimento acelerado: multicanalidade, expansão do público, internacionalização e franquias. A marca está presente em mais de 21 mil pontos de venda no Brasil e exterior. Atualmente, opera 30 franquias em 14 estados, com meta de chegar a 40 até o fim de 2025. A Argentina é o principal mercado externo, com parcerias locais que já duram três décadas.
O público da Piccadilly também se ampliou. Antes associado a mulheres mais velhas, o conceito de conforto agora atrai consumidoras mais jovens. A empresa prova que, mesmo em um setor com ritmo lento, é possível crescer com estratégias claras e adaptação às demandas do mercado.
Via Exame