Mauro Cid revela em delação que Bolsonaro ordenou monitoramento de Alexandre de Moraes

Delação de Mauro Cid: Saiba mais sobre as revelações que implicam Bolsonaro em esquema de monitoramento de Alexandre de Moraes. Entenda o caso e as reações.
19/02/2025 às 16:03 | Atualizado há 4 meses
Delacão de Mauro Cid
Delacão de Mauro Cid

A Delacão de Mauro Cid trouxe à tona informações que apontam o ex-presidente Jair Bolsonaro como o mandante do monitoramento do ministro do STF, Alexandre de Moraes. A acusação faz parte da denúncia encaminhada ao Supremo pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta terça-feira (18). Bolsonaro é agora apontado como líder de uma organização criminosa com “forte influência de setores militares”.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Mauro Cid confirmou que Alexandre de Moraes era alvo de monitoramento. As primeiras solicitações partiram de Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima, denunciados por liderarem a chamada “Operação Copa 2022”, focada na “neutralização” do ministro.

Ainda conforme a delação, o próprio Mauro Cid solicitou a Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, a execução do monitoramento. O tenente-coronel destacou a “relevante contribuição” de Câmara para as ações consideradas violentas.

Na denúncia de Gonet, consta que “o monitoramento foi solicitado pelo colaborador ao Coronel Marcelo Câmara, que era quem realizava essas operações”. Cid também afirmou que “quem solicitou o monitoramento do Ministro Alexandre de Moraes ‘foi o ex-Presidente Jair Bolsonaro'”.

A “Operação Copa 2022”, segundo a denúncia, visava gerar comoção social para incentivar o Alto Comando do Exército a aderir a um golpe. A primeira fase da operação envolveu o monitoramento de Moraes e Lula, alvos de “neutralização”.

De acordo com a PGR, o plano incluía a possibilidade de morte de ambos, com o uso de explosivos, armas ou envenenamento. A denúncia afirma que, em 15 de dezembro de 2022, a ação não foi finalizada porque não conseguiram o apoio do Comandante do Exército.

Em resposta, a defesa de Jair Bolsonaro classificou a denúncia da PGR como “inepta”, “precária” e “incoerente”. Os advogados alegam que a acusação se baseia em um acordo de colaboração “fantasioso” de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

A defesa de Bolsonaro também argumenta que, mesmo após quase dois anos de investigações, “nenhum elemento que conectasse minimamente o (ex-) presidente à narrativa construída na denúncia foi encontrado”.

As alegações da defesa contrastam com a gravidade das acusações apresentadas na Delacão de Mauro Cid, intensificando o debate público e jurídico sobre o caso.

Com a Delacão de Mauro Cid no centro das atenções, o cenário político e jurídico permanece em compasso de espera, aguardando os próximos desdobramentos e a análise aprofundada das evidências apresentadas.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.