MBRF expande parcerias no mercado halal com sauditas

MBRF aumenta joint venture com sauditas no setor halal e planeja IPO para 2026. Entenda os detalhes dessa expansão.
27/10/2025 às 10:06 | Atualizado há 1 semana
               
Mercado Halal
MBRF expande joint venture com o PIF no mercado halal, fortalecendo seu crescimento. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A MBRF, resultado da fusão entre Marfrig e BRF, está expandindo sua joint venture com o fundo saudita PIF focada no Mercado Halal. Avaliada em US$ 2,07 bilhões, a operação visa um futuro IPO e fortalece a posição da empresa em um setor com alta demanda por alimentos.

Desde 2022, a MBRF já operava com a subsidiária HPDC, com participação de 70% na joint venture. Atualmente, a parceria possui ativos significativos, como uma produtora local de frango e uma fábrica em construção. Com isso, a MBRF visa integrar suas operações na Arábia Saudita e Emirados Árabes, além de atuar em outros países do Golfo.

Espera-se um IPO da joint venture na Bolsa de Riad entre 2026 e 2027, com potencial de valorização acima do setor brasileiro. O Mercado Halal, que deve movimentar US$ 1,5 trilhão até 2027, apresenta grandes oportunidades, principalmente nos setores de frango e bovinos, e a MBRF já detém uma expressiva fatia de mercado.
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A MBRF, resultante da fusão entre Marfrig e BRF, está expandindo sua joint venture com o fundo soberano saudita PIF no Mercado Halal. A operação, avaliada em US$ 2,07 bilhões, visa um futuro IPO da empresa. Essa expansão solidifica a presença da MBRF em um mercado com grande potencial de crescimento e demanda crescente por produtos alimentares que atendam aos preceitos islâmicos.

Desde 2022, a MBRF já colaborava com a HPDC, uma subsidiária do PIF focada em produtos Mercado Halal, onde a empresa brasileira detinha 70% da JV e a HPDC os 30% restantes. Essa parceria já possuía 26% da Addoha Poultry Company, uma produtora local de frango, além de uma fábrica de processados em Jeddah em fase de construção, e um centro de inovação.

A MBRF, sob a liderança de Marcos Molina, está integrando todas as suas fábricas e centros de distribuição na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes à JV, agora denominada Sadia Halal. Além disso, inclui suas empresas de distribuição no Catar, Kuwait e Omã, bem como o negócio de exportação direta de aves, bovinos e produtos processados para clientes na região MENA (Oriente Médio e Norte da África).

Esses ativos geraram um faturamento de US$ 2,1 bilhões nos últimos 12 meses até junho, representando 7,3% da receita total da MBRF, com um EBITDA de US$ 230 milhões. Na transação, os ativos foram avaliados em US$ 2,07 bilhões, com um múltiplo de aproximadamente 9 vezes o EBITDA.

Com essa operação, a participação da HPDC na JV seria reduzida para 10%. No entanto, o CEO da HPDC, Fahad AlNuhait, manifestou o plano de manter a participação em 30%. Para isso, a HPDC fará um investimento de US$ 500 milhões na JV, dos quais US$ 250 milhões serão destinados ao caixa da MBRF e o restante permanecerá na JV para impulsionar a expansão do negócio no Mercado Halal.

Uma fonte próxima à MBRF revelou que existe um plano para realizar um IPO da JV na Bolsa de Riad em breve, possivelmente no final de 2026 ou início de 2027. A Bolsa de Riad, com um valor de mercado de US$ 2 trilhões, tem demonstrado forte desempenho, com alta demanda em seus IPOs.

Empresas comparáveis à Sadia Halal na Bolsa de Riad são atualmente negociadas a um múltiplo de 13 a 15 vezes o EBITDA, o que representa um upside em relação ao múltiplo de 9 vezes em que a JV foi avaliada na operação atual. No Brasil, o setor de proteína é negociado a 5-6 vezes o EV/EBITDA, mostrando o potencial de valorização no Mercado Halal.

O Mercado Halal, impulsionado pelo crescimento populacional muçulmano, deve movimentar US$ 1,5 trilhão até 2027. Com uma população muçulmana de mais de 2 bilhões de pessoas, espera-se um crescimento duas vezes maior do que o da população não muçulmana nos próximos anos.

A MBRF já detém cerca de 40% de market share no Mercado Halal de frango e agora planeja expandir sua atuação para o mercado de bovinos, que, embora menor nesses países, está ganhando força. As proteínas mais consumidas nos países muçulmanos são o frango e o cordeiro.

O Citi atuou como assessor da MBRF, enquanto o Rothschild assessorou a HPDC.

Via Brazil Journal

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.