O Mercado de carbono no Brasil está em um momento crucial. Após a regulamentação em 2014, o país busca implementar esse sistema de forma eficaz. Especialistas discutiram o tema em um encontro do Clube ESG, promovido pela Exame. O sucesso depende do equilíbrio entre soluções naturais, como reflorestamento, e tecnologias de captura de carbono (CCS).
A regulamentação permite que empresas e países que excedam o limite de emissões de gases de efeito estufa (GEE) compensem o excesso comprando créditos de carbono. Esses créditos estão vinculados a projetos ambientais. O Brasil tem o potencial de ser líder nesse mercado, representando 15% do comércio global.
O Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, criado por lei, opera no modelo “cap and trade” (limite e comércio). Ele incentiva a redução de emissões para atingir a neutralidade climática. Para Munir Soares, CEO da Systemica, a construção de um mercado robusto é essencial. Ele questiona como o Brasil pode estruturar o mercado para aproveitar a “exportação verde”.
Leandro Faria, da CBA, explica que empresas com planos de descarbonização eficientes podem não precisar de créditos. Caso contrário, a compensação se torna necessária. A CBA adota práticas sustentáveis na produção de alumínio, desde energias renováveis até economia circular.
Um dos maiores desafios é o setor agropecuário, principal fonte de emissões no Brasil. Apesar do potencial para gerar créditos de carbono com soluções como o RED, o setor enfrenta dificuldades. A advogada Isabela Morbach destaca a complexidade da metodologia para integrar o agro ao mercado de carbono.
O Brasil possui recursos naturais vastos, como as florestas, que absorvem CO2. No entanto, o uso da terra é uma questão complexa, com fatores econômicos e sociais envolvidos no controle do desmatamento. Tecnologias de captura de carbono são promissoras, mas ainda caras. Isabela Morbach ressalta que a viabilidade dessas tecnologias depende de escala para reduzir custos.
Para aproveitar as oportunidades do Mercado de carbono no Brasil, especialistas defendem um posicionamento estratégico global. A governança clara e eficaz é fundamental para que o país exerça seu papel no cenário mundial. O Brasil deve alinhar sua agenda de baixo carbono com as metas globais de redução de emissões.
O Mercado de carbono no Brasil
exige regulamentação bem estruturada, colaboração entre setores público e privado, e uso inteligente dos recursos naturais. A integração entre soluções naturais e tecnológicas é chave para o sucesso do mercado de carbono. O debate sobre regulamentação, governança e desafios setoriais continua, enquanto o Brasil se posiciona para liderar esse mercado emergente.
Via Exame