Mercado de Debêntures no Brasil se Aquece em 2025

O mercado de debêntures no Brasil está em ascensão, impulsionado por juros elevados e discussões sobre tributação. Em 2025, as empresas levantaram R$ 192,7 bilhões, com R$ 74,5 bilhões em debêntures incentivadas, um recorde histórico.

A atividade no mercado secundário de debêntures também cresceu, com um aumento de 22,6% nas negociações em comparação ao ano anterior. Essa liquidez crescente reflete o apetite por renda fixa corporativa, atraindo mais investidores, especialmente indivíduos, para essa classe de ativos.

A pesquisa identificou as debêntures mais procuradas, como as da B3, Cielo e Chesf em volume investido, e TIM, Eletrobras e Arteris em número de fundos compradores. Isso demonstra uma concentração de investimentos nos setores de telecomunicações, energia e finanças em um cenário econômico desafiador.
O cenário de juros elevados no Brasil tem impulsionado o mercado de Debêntures no Brasil. Um estudo recente da Quantum Finance revelou que, nos seis primeiros meses de 2025, as empresas brasileiras captaram um total de R$ 192,7 bilhões por meio desse instrumento financeiro. Desse montante, R$ 74,5 bilhões correspondem às debêntures incentivadas, marcando o maior volume semestral já registrado para essa modalidade.

O interesse dos investidores no mercado secundário de debêntures também apresentou um notável crescimento. O volume de negociações aumentou 22,6% em relação ao ano anterior, evidenciando uma maior liquidez e um crescente apetite por esse tipo de investimento. Os dados mostram um cenário promissor para o mercado de renda fixa corporativa no país.

O levantamento da Quantum Finance também destacou as debêntures que estão no radar dos gestores de investimento. Em relação ao volume investido, os papéis emitidos pela B3 (B3AS3), Cielo (CIEL3) e Chesf se sobressaem. Já em relação ao número de fundos com posição, as debêntures da Tim (TIMS3), Eletrobras (ELET3) e Arteris Intervias lideram o ranking.

Os setores de telecomunicações, serviços financeiros e energia elétrica são os mais representados nas carteiras de investimento em debêntures. Essa concentração reflete uma preferência por empresas consolidadas e com um fluxo de caixa previsível, em um contexto de incerteza econômica.

Dados da B3 indicam um aumento de 20% no número de pessoas físicas investindo em renda fixa entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025. Atualmente, existem mais de 100,2 milhões de CPFs registrados nessa categoria, com um valor total em custódia de R$ 2,8 trilhões.

A renda fixa corporativa, que inclui as debêntures, os certificados de recebíveis agrícolas (CRAs) e imobiliários (CRIs), as notas comerciais e as letras hipotecárias, conta com 888,4 mil investidores. Os Certificados de Operações Estruturadas (COEs), por sua vez, atraem 630 mil investidores.

Um relatório da Moody’s apontou que o mercado de renda fixa acelerou as emissões em junho. Esse movimento foi motivado pelas discussões sobre possíveis mudanças na tributação do setor, impulsionado por uma Medida Provisória ainda em análise no Congresso.

Essa MP prevê a taxação de títulos isentos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), os CRIs e as debêntures incentivadas, com uma alíquota de 5% sobre os ganhos de papéis emitidos a partir de 2026. Segundo a agência de classificação de risco, muitas empresas estão antecipando suas operações para garantir os benefícios do regime tributário atual.

O mercado de Debêntures no Brasil está vivendo um período de aquecimento, impulsionado tanto pelo cenário de juros elevados quanto pelas discussões em torno da tributação. As empresas estão se adaptando a esse novo cenário, buscando antecipar suas emissões e garantir as melhores condições para seus investidores.

Via Money Times