O mercado de tequila nos Estados Unidos enfrenta uma crise da tequila, com queda no consumo e ameaças de tarifas comerciais. Marcas associadas a celebridades, como a 818 Tequila de Kendall Jenner e a Casamigos de George Clooney, estão sentindo o impacto. De acordo com a CNN, a 818 reduziu gastos com marketing e focou em manter preços competitivos, com garrafas entre US$ 30 e US$ 40.
Um relatório da agência OhBev aponta que o setor está em um ponto crítico. Após um crescimento de 40% em 2022, as vendas desaceleraram. Dois fatores pesam: a redução no consumo pós-pandemia e o excesso de agave, matéria-prima da bebida, que derrubou os preços. Além disso, possíveis tarifas de 25% sobre produtos mexicanos, proposta por Donald Trump, podem agravar a situação.
Para se proteger, algumas marcas aumentaram estoques nos EUA. A Casamigos, por exemplo, registrou queda de 22% nas vendas no primeiro semestre de 2025. Já a Pantalones, de Matthew McConaughey, busca atrair consumidores com preços mais acessíveis, em torno de US$ 45 por garrafa. “Há menos ostentação e mais busca por qualidade com bom preço”, afirma Andrew Chrisomalis, cofundador da marca.
Com os EUA consumindo mais de 80% da tequila exportada, as empresas buscam mercados internacionais. A Pantalones fechou parceria com o Tesco no Reino Unido, enquanto a 818 planeja expandir para Itália e Alemanha. Apesar dos desafios, a marca de Jenner projeta crescimento de 30% em 2025.
No Brasil, a tequila mantém espaço em bares e restaurantes premium, com marcas como Jose Cuervo dominando 80% do mercado. A Maestro Dobel Diamante custa R$ 499, e a Volcan de Mi Tierra X.A., do grupo LVMH, chega a R$ 1.900. O consumo global deve atingir 458 milhões de litros em 2024, impulsionado por millennials.
Especialistas alertam que marcas de celebridades são mais vulneráveis. “O hype é frágil”, diz Vas Art, da OhBev. Sem fidelidade do consumidor, a sobrevivência dependerá de estratégias além do apelo famoso.
Via Exame