O Acordo Mercosul EFTA, assinado no Rio de Janeiro, abre espaço no mercado europeu para produtos brasileiros. Este tratado promete diversificar os parceiros comerciais do Brasil e reduzir a dependência de mercados únicos. No entanto, diversos desafios ainda precisam ser enfrentados para garantir a competitividade do país.
Apesar do potencial de crescimento nas exportações para a EFTA, a infraestrutura precária e a alta carga tributária são um desafio. Além disso, a mão de obra qualificada e os custos altos podem limitar o sucesso brasileiro nesse novo cenário. Organizações como a CNI enxergam possibilidades positivas, mas é necessário um esforço coletivo para vencer essas barreiras.
Se concretizado, o impacto econômico pode ser significativo: estimativas indicam um aumento de R$ 3,34 bilhões nas exportações brasileiras até 2044. O acordo, além de eliminar tarifas para setores estratégicos, também promove o acesso preferencial aos produtos do Mercosul, essencial para fortalecer a economia nacional nesse novo contexto da globalização.
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O Acordo Mercosul EFTA, assinado no Rio de Janeiro, representa a abertura de um mercado com alto poder aquisitivo para o Brasil. Em um contexto de mudanças nas relações comerciais globais, essa parceria surge como uma oportunidade para diversificar os parceiros e reduzir a dependência de um único mercado.
Embora os números atuais de comércio com os países da EFTA – Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – sejam modestos, o potencial de crescimento é significativo. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já identificou diversas oportunidades de exportação para o bloco, consolidando-o como um importante parceiro no comércio de serviços.
Especialistas avaliam que o Acordo Mercosul EFTA demonstra a capacidade do Mercosul de estabelecer parcerias com economias desenvolvidas. No entanto, existem desafios a serem superados para que o Brasil possa competir de forma eficaz com outros grandes players no mercado da EFTA.
A infraestrutura precária, a alta carga tributária, os juros elevados e o custo da mão de obra qualificada são obstáculos que precisam ser enfrentados para garantir que os produtos brasileiros cheguem aos mercados internacionais a preços competitivos.
José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca o simbolismo do acordo, ressaltando que ele mostra a capacidade do Mercosul de negociar com países desenvolvidos, o que pode ser mais valioso do que o aumento imediato das vendas.
Estimativas do governo indicam que o Acordo Mercosul EFTA pode gerar um impacto de R$ 3,34 bilhões nas exportações brasileiras até 2044. Em 2024, as exportações para os países da EFTA totalizaram US$ 3,1 bilhões, com a alumina calcinada representando uma parcela significativa desse valor.
A EFTA eliminará todas as tarifas de importação para os setores industrial e pesqueiro assim que o acordo entrar em vigor. No setor agrícola, o acordo proporcionará acesso preferencial aos produtos exportados pelo Mercosul, por meio de isenção de tarifas ou concessões parciais.
Os dois blocos darão início aos procedimentos internos para a implementação do acordo, incluindo a aprovação pelos parlamentos e a ratificação pelas partes. Com este acordo e o já existente com a União Europeia, os países do Mercosul terão acesso preferencial aos principais mercados europeus.
Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, observa que o Acordo Mercosul EFTA é semelhante ao tratado com a União Europeia e pode impulsionar o avanço das negociações entre Mercosul e UE.
Márcio Sette Fortes, economista e ex-diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), destaca que o acordo sinaliza que o Brasil, dentro do Mercosul, pode avançar em direção a um acordo mais amplo com a União Europeia.
A indústria de máquinas e equipamentos considera o Acordo Mercosul EFTA um sinal positivo de que o Brasil está buscando novos mercados em um cenário de crescente protecionismo.
Patrícia Gomes, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirma que o Brasil possui poucos acordos comerciais em comparação com outros países, como o México, e que o acordo com a EFTA é uma forma de abrir a economia brasileira para o mundo.
A Abimaq defende a redução gradual do imposto de importação de bens de capital, com isenção total em dez anos, para que o setor possa se tornar competitivo com a reforma tributária.
O acordo com a EFTA, embora apresente desafios, representa uma oportunidade para o Brasil diversificar suas relações comerciais e fortalecer sua posição no mercado global. A capacidade de superar os obstáculos internos e aproveitar as oportunidades oferecidas por essa parceria será determinante para o sucesso do Brasil nesse novo cenário.
Via InfoMoney
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