México se torna o segundo maior importador de carne bovina brasileira

México ultrapassa EUA e se torna o 2º maior destino da carne bovina brasileira. Entenda os impactos dessas exportações.
27/08/2025 às 12:21 | Atualizado há 4 semanas
Carne bovina brasileira
Exportações brasileiras para o México superam as dos EUA em agosto. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Em agosto, o México superou os Estados Unidos e se tornou o segundo maior importador de carne bovina brasileira. Esse aumento ocorre em um momento em que o Brasil busca alternativas para se adaptar às tarifas impostas pelos americanos. A Abiec revelou que o Brasil enviou cerca de 10,2 mil toneladas de carne para o México, enquanto as exportações para os EUA caíram para 7,8 mil toneladas.

A missão do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México também visa fortalecer o mercado e buscar compensações pelas tarifas. O Brasil já movimentou US$ 365 milhões em exportações para o México em 2023, um aumento significativo em comparação ao ano passado. As negociações para um tratado de livre comércio com o México estão em foco para garantir um fluxo constante.

Embora os números sejam impressionantes, a Abiec enfatiza que os EUA ainda são um mercado crucial. O México representa 23,5% das importações mexicanas de carne bovina em 2024. Além da carne, o Brasil exporta para o México outros produtos agrícolas, destacando a importância das relações comerciais entre os dois países.
Com o aumento das importações de carne bovina brasileira, o México ultrapassou os Estados Unidos em agosto, tornando-se o segundo maior importador desse produto. A informação foi divulgada pela Abiec, associação do setor, em um momento em que o Brasil busca alternativas para atenuar o impacto das tarifas impostas pelo governo americano.

Esse cenário coincide com uma missão liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin ao México, com o objetivo de encontrar mercados que possam compensar as dificuldades criadas pelas tarifas adicionais dos EUA. A medida de Trump elevou a taxação sobre a carne brasileira, que já era de 26,4%, para um total de 76,4%.

Entre os dias 1 e 25 de agosto, o Brasil exportou 10,2 mil toneladas de carne para o México, totalizando US$ 58,8 milhões, de acordo com dados da Abiec. Em contrapartida, as exportações para os EUA, que até 6 de agosto ainda não sofriam a nova taxação, caíram para 7,8 mil toneladas, com um valor de US$ 43,6 milhões.

Além dos EUA, a Rússia e o Chile também superaram os volumes de importação dos norte-americanos, ambos registrando 7,9 mil toneladas no mesmo período, conforme dados divulgados pela Abiec. A associação destacou que o interesse e as importações mexicanas já apresentavam uma tendência de crescimento constante.

De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 67.659 toneladas de carne bovina brasileira para o México, movimentando US$ 365 milhões, quase o triplo do volume registrado no mesmo período do ano anterior. No acumulado dos sete primeiros meses, o México já era o quarto maior destino das exportações brasileiras de carne, atrás da China, EUA e Chile.

Esses números contrastam com as cerca de 46 mil toneladas exportadas para o México em 2024 e as pouco mais de 5 mil toneladas em 2023, evidenciando um crescimento significativo no interesse mexicano pela carne brasileira. A Abiec tem como prioridade negociar um tratado de livre comércio com o México, buscando maior previsibilidade e competitividade para as exportações brasileiras.

Outro ponto importante é garantir a renovação do Pacote Contra a Inflação e a Carestia no México (Pacic) por mais dois anos, que é considerado fundamental para manter a isenção tarifária de insumos essenciais à cesta básica mexicana. A ampliação do número de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar para o México também está entre as prioridades.

Questionada sobre a possibilidade de o México substituir os EUA como principal destino, a Abiec ressaltou que não há como falar em substituição, uma vez que os EUA continuam sendo um mercado grande e de extrema importância para o Brasil. A associação segue em diálogo com o governo brasileiro e importadores americanos para restabelecer plenamente a relação comercial.

Em 2024, o Brasil foi responsável por 23,5% das importações mexicanas de carne bovina. O México ocupa a oitava posição entre os principais destinos do agronegócio brasileiro, com uma participação de 1,87%. Além da carne bovina brasileira, os principais produtos exportados para o México incluem carnes de frango e suína, complexo soja, produtos florestais e café.

A carne bovina brasileira representou 20% de tudo o que o agronegócio brasileiro exportou para o México em 2025, demonstrando a relevância desse produto na balança comercial entre os dois países.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.