Migração da Copel para o Novo Mercado e seu impacto nas ações

A migração da Copel para o Novo Mercado promete mudanças significativas nas ações da empresa.
24/06/2025 às 11:48 | Atualizado há 1 mês
Migração para o Novo Mercado
Copel inicia migração para o Novo Mercado, reforçando seu compromisso com a transparência. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Copel (CPLE6; CPLE3) deu o primeiro passo para integrar o Novo Mercado da B3, um segmento que reúne empresas com os mais altos padrões de governança corporativa. A decisão foi tomada em conjunto com a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) agendada para 4 de agosto, onde o tema será amplamente debatido. A expectativa é que a transação seja finalizada no quarto trimestre de 2025.

A XP avalia positivamente a proposta de Migração para o Novo Mercado da B3, encarando-a como uma medida importante para fortalecer a governança corporativa e simplificar a estrutura acionária da empresa. A XP acredita que a eliminação das diferentes classes de ações pode impulsionar a liquidez dos papéis ordinários, atraindo um leque maior de investidores e, consequentemente, diminuindo o custo de capital a longo prazo.

O pagamento de R$ 1,3 bilhão aos acionistas preferenciais, equivalente a R$ 0,7749 por ação (aproximadamente 6% de rendimento sobre CPLE6), é considerado expressivo pela XP, mas não deve comprometer a saúde financeira da Copel. Mesmo com a elevação da alavancagem, estimada de 2,3x para 2,5x dívida líquida/Ebitda após o resgate das ações PNC (novas ações Classe C), o índice permanece dentro da nova política de capital da Copel.

A XP reitera sua recomendação de compra para as ações da Copel, com preço-alvo de R$ 13,80, reforçando que a Migração para o Novo Mercado deve ser bem recebida pelos investidores. A corretora também acredita que a proposta não gera diluição aos acionistas e está alinhada com os esforços recentes da companhia para modernizar sua estrutura e reforçar seu posicionamento.

O Itaú BBA destaca que o anúncio deve melhorar a governança da empresa, atraindo mais investidores estrangeiros de longo prazo e aumentando a liquidez das ações. O banco considera os termos finais da migração justos para todos os acionistas envolvidos, mantendo a recomendação de compra e preço-alvo de R$ 13.

O Goldman Sachs também avalia positivamente a medida, ressaltando os benefícios estratégicos para a governança, estrutura de capital e atratividade das ações da empresa. Segundo o banco americano, a conversão das ações preferenciais (CPLE5 e CPLE6) em ações ordinárias, com a criação temporária da Classe C resgatável por R$ 0,7749 por ação, representa um passo importante para a simplificação da estrutura societária da Copel.

O Goldman Sachs aponta que, apesar do pagamento de aproximadamente R$ 1,3 bilhão aos acionistas preferenciais poder pressionar a alavancagem, o impacto é administrável e deve ser compensado ao longo do tempo. A iniciativa pode abrir espaço para dividendos mais robustos no médio prazo e aumentar o interesse de investidores institucionais, dada a maior liquidez esperada.

O Bradesco BBI destaca a rapidez com que a administração vem implementando seu plano de transformação e aprimoramento após a privatização. Sobre os termos da transação, o BBI observa que a relação de troca implícita entre ações preferenciais e ordinárias é de cerca de 1,062, favorecendo ligeiramente os detentores de PNs, com base no valor do resgate das novas ações Classe C.

A aprovação da proposta depende da articulação com acionistas relevantes, como o Governo do Estado do Paraná e o BNDES, ambos com sinais de apoio favorável. O BBI não vê risco à tese de dividendos com o pagamento em caixa de cerca de R$ 1,3 bilhão para o resgate das ações PNC. O BBI reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 14.

O Morgan Stanley considera positiva a proposta de Migração para o Novo Mercado, por fortalecer a governança, simplificar a estrutura acionária e aumentar a liquidez das ações. O banco considera justo o prêmio de R$ 0,7749 por ação preferencial, mantendo a classificação de compra e preço-alvo de R$ 12.

O JPMorgan também considera positiva a decisão da Copel, destacando que a iniciativa reforça a governança corporativa da empresa, unificando os direitos de voto entre os acionistas e aumentando a liquidez dos papéis. O banco avalia que o valor oferecido é justo, refletindo adequadamente o diferencial de dividendos entre as classes, e ressalta que a migração pode facilitar futuras negociações com credores.

Com a Migração para o Novo Mercado, a Copel busca consolidar sua posição no mercado de capitais, atraindo mais investidores e otimizando sua estrutura financeira. A expectativa é que a medida traga benefícios a longo prazo, impulsionando o crescimento sustentável da companhia e gerando valor para seus acionistas.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.