Mineradoras de criptomoedas inovam e investem em data centers de IA

Descubra como mineradoras de criptomoedas estão se transformando em centros de dados para inteligência artificial.
18/10/2025 às 15:43 | Atualizado há 3 horas
Data centers de IA
Empresas que oferecem computação para IA valorizam até 500% em um ano. (Imagem/Reprodução: Investnews)

O mercado de criptomoedas passa por transformações significativas. Mineradoras que antes se dedicavam exclusivamente ao bitcoin estão mudando seu foco para infraestrutura de inteligência artificial (IA). Essa transformação inclui a adoção de modelos híbridos, convertendo suas operações em data centers de IA.

A valorização recente do bitcoin, que teve um aumento de 14% em 2025, não beneficia tanto as mineradoras, que estão sendo vistas agora mais como empresas de tecnologia do que como mineradoras. Analistas destacam que menos de 10% das conversas sobre essas empresas estão focadas no bitcoin, refletindo uma nova perspectiva do mercado.

Com exemplos como Cipher Mining e IREN, que viram suas ações dispararem, a transição para data centers de IA é uma estratégia para diversificação e novas fontes de receita. O aumento da complexidade no sistema de mineração e as novas demandas estão impulsionando essa mudança de foco.
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O mercado de criptomoedas está em constante evolução, e as empresas que sustentam o bitcoin também. Uma mudança notável é que essas companhias, antes focadas na mineração de criptomoedas, estão migrando para modelos híbridos, adotando a inteligência artificial (IA) e a computação de alto desempenho (HPC). Essa transformação as leva a se tornarem verdadeiros Data centers de IA.

Historicamente, essas empresas, apelidadas de “mineradoras” devido à semelhança com a extração de ouro, dependiam fortemente da volatilidade do preço do bitcoin. No entanto, o cenário está mudando. Apesar das recentes turbulências, o bitcoin valorizou 14% em 2025, aproximando-se do recorde de US$ 126 mil.

Contrariando as expectativas, as mineradoras de bitcoin não são as maiores beneficiárias dessa recuperação. Um fundo que acompanha essas empresas registrou um aumento de mais de 150% no ano. Essa valorização reflete uma nova percepção do mercado: elas estão sendo vistas como empresas de infraestrutura tecnológica.

Essa mudança de foco para Data centers de IA e HPC é impulsionada pela busca por novas fontes de receita e pela necessidade de diversificação. John Todaro, analista da Needham & Co., destaca que os investidores estão avaliando as mineradoras de bitcoin com base nas oportunidades em HPC/IA, com menos de 10% das discussões focadas em bitcoin e mineração.

Empresas como Cipher Mining Inc. e IREN Ltd. são exemplos dessa tendência. Suas ações na Nasdaq tiveram aumentos significativos, de 300% e 500%, respectivamente, à medida que se movem da mineração para a infraestrutura de IA.

A Cipher Mining, por exemplo, firmou um contrato de 10 anos com a Fluidstack, apoiada pelo Google, no valor de US$ 3 bilhões. Esse acordo demonstra a convergência entre a mineração de criptomoedas e a computação de IA. A IREN, por sua vez, concluiu uma emissão de US$ 1 bilhão em notas conversíveis.

Outra empresa, a TeraWulf Inc., anunciou a emissão de US$ 3,2 bilhões em títulos de dívida para expandir seu data center Lake Mariner em Nova York.

A Bitdeer Technologies Group, sediada em Cingapura, também anunciou planos para converter instalações de mineração em Data centers de IA, visando uma receita anualizada superior a US$ 2 bilhões até 2026. Jeff LaBerge, da Bitdeer, enfatiza que essa mudança é um complemento à mineração, não uma substituição.

Essa guinada para a IA ocorre após o halving do bitcoin, que reduziu as recompensas dos mineradores. O aumento da dificuldade da rede e a desaceleração das transações também contribuíram para a compressão das margens de lucro, impactando a rentabilidade das operações de mineração.

A migração para IA/HPC implica uma desaceleração ou pausa na expansão do hashrate, já que parte da energia é redirecionada. Analistas como Wolfie Zhao observam que empresas como Riot Platforms Inc., IREN e Bitfarms já indicaram que não pretendem expandir o hashrate no curto prazo.

Essa transição reflete uma mudança de foco: de “quanto hashrate podemos adicionar” para “quão eficientemente podemos usar nossa energia”. O conceito de hashprice também é relevante, pois a receita por megawatt e as margens de EBITDA são maiores em HPC e colocation de IA do que na mineração.

Em um mercado onde a volatilidade do bitcoin e os riscos de halving pesam, os mercados de capitais estão recompensando os Data centers de IA com valorizações maiores em relação aos lucros gerados.

Via InvestNews

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.