O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aceitou a Minerva como parte interessada na análise da Fusão entre BRF e Marfrig. Essa decisão concede à Minerva o direito de participar ativamente do processo, apresentando seus argumentos formais sobre a operação. A admissão da Minerva foi divulgada pela coluna *Pipeline*.
Em sua manifestação ao Cade, a Minerva argumenta que a incorporação da BRF pela Marfrig pode impactar a concorrência nos mercados de carne bovina in natura e alimentos processados. A empresa também alerta para o risco de um alinhamento estratégico inadequado, considerando a presença do fundo soberano saudita Salic no capital da BRF e da própria Minerva.
A Minerva alega que a operação pode criar uma estrutura de incentivos coordenados, diminuindo a competição entre os maiores players do setor. A empresa defende que o Cade reavalie a incorporação com mais atenção, já que a aprovação inicial ocorreu em rito sumário, procedimento usado para operações com baixo impacto concorrencial.
A empresa relembra que, em 2014, ao negociar ativos com a BRF, o Cade recomendou medidas para proteger a concorrência. Agora, com uma consolidação de maior escala, a Minerva acredita que os riscos são ainda maiores e devem ser considerados.
A entrada da Minerva no processo ocorre antes da assembleia de acionistas da Marfrig, marcada para 18 de junho. Nessa reunião, os acionistas vão discutir a fusão. A Marfrig já informou que a aprovação do Cade é uma das condições para a operação seguir adiante.
A participação da Salic adiciona complexidade à situação. O fundo soberano saudita, ligado ao Public Investment Fund (PIF), é um dos principais acionistas da Minerva e, com a fusão, também terá participação na nova empresa, a MBRF Global Foods.
Com a decisão do Cade, a Minerva terá acesso aos documentos do processo e poderá contribuir com dados e pareceres técnicos sobre os impactos da operação. O prazo para apresentar recursos ainda está em aberto.
Via InvestNews
