Minerva responde a Marfrig e nega boicote em fusão com BRF

Minerva se defende de acusações de boicote à Marfrig, afirmando que rival distorce fatos para fusão com a BRF.
30/07/2025 às 21:42 | Atualizado há 3 dias
Disputa no Cade
Minerva refuta boicote à Marfrig e acusa rival de manipular fatos na fusão com a BRF. (Imagem/Reprodução: Investnews)

No mais recente desdobramento da disputa no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Minerva respondeu às acusações de boicote feitas por Marfrig e BRF, que alegam dificuldades no fornecimento de carne bovina. A celeuma, que envolve cifras bilionárias, ganhou um novo capítulo com a defesa da Minerva.

Em um documento enviado ao Cade, a Minerva nega veementemente qualquer prática ilícita. A empresa argumenta que os contratos firmados com a Marfrig após a venda de 15 frigoríficos em 2024 não estabeleciam obrigações de fornecimento, apenas cláusulas de preferência. Segundo a Minerva, isso não configura descumprimento contratual.

A petição, assinada pelo escritório Almeida Prado Hoffman, que representa a Minerva no Cade, enfatiza que “A Marfrig distorce os fatos ao alegar que a Minerva teria descumprido obrigações contratuais de fornecimento que simplesmente não existem”. A defesa da Minerva é um ponto crucial nesta complexa disputa no Cade.

Além de se defender das acusações, a Minerva contra-ataca, acusando a Marfrig de agir com “desvio de finalidade”. A Minerva alega que a denúncia foi apresentada fora do prazo regimental do processo principal como uma forma de retaliação ao recurso protocolado contra a fusão com a BRF.

A Minerva argumenta que a alegação da Marfrig foi uma retaliação à sua atuação no processo e que o Cade não deveria ser usado como “instância para revide entre partes envolvidas em uma operação de concentração”. Essa acusação adiciona uma camada extra à disputa no Cade.

A empresa também questiona a legalidade da incorporação das ações da BRF pela Marfrig antes da aprovação final do Cade, alegando uma tentativa de criar um fato consumado sem aval regulatório. A Minerva critica a decisão da Marfrig de seguir adiante com a incorporação antes da análise definitiva do Cade.

No centro dessa disputa no Cade está a criação da MBRF Global Foods, uma nova gigante do setor de carnes que uniria Marfrig e BRF, com um faturamento anual superior a R$ 150 bilhões. A Minerva tenta barrar a operação, alegando que ela representa um risco à concorrência.

A Minerva aponta para a atuação cruzada do fundo soberano saudita para a segurança alimentícia, a Salic, que é acionista relevante das três empresas envolvidas: Minerva, BRF e Marfrig. Segundo a Minerva, essa sobreposição tem o potencial de comprometer a rivalidade entre as empresas.

Ainda não há data definida para o julgamento do caso pelo Tribunal do Cade, mas a disputa no Cade continua a gerar discussões e expectativas no mercado. A defesa da Minerva e suas acusações contra a Marfrig adicionam novos elementos a essa complexa batalha.

Via InvestNews

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