A Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco, rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA1. O rebaixamento nota EUA reflete preocupações com o crescimento da dívida pública e dos custos com juros em relação ao PIB. A decisão foi anunciada após anos de aumento progressivo desses indicadores.
Segundo a agência, a dívida do governo e os pagamentos de juros atingiram níveis significativamente mais altos do que os de outros países com classificação semelhante. O déficit fiscal acumulado no ano chegou a US$ 1,05 trilhão, um aumento de 13% em comparação com o período anterior. Medidas como tarifas comerciais ajudaram a reduzir parte do desequilíbrio, mas não foram suficientes para evitar o rebaixamento.
A Moody’s destacou que sucessivos governos e o Congresso americano não conseguiram chegar a um acordo para reduzir os déficits anuais. A agência também expressou ceticismo em relação às propostas fiscais atualmente em análise, afirmando que elas não trarão cortes significativos nos gastos obrigatórios.
Esse não é o primeiro rebaixamento da dívida soberana dos EUA. Em 2011, a Standard & Poor’s reduziu a nota de AAA para AA+, e a Fitch Ratings fez o mesmo em 2023. A decisão da Moody’s ocorreu logo após a rejeição de um pacote orçamentário proposto pelo Partido Republicano, que incluía a extensão de cortes de impostos aprovados em 2017.
O impacto do rebaixamento nota EUA já pode ser sentido nos mercados. Os rendimentos dos títulos do Tesouro subiram, enquanto o dólar enfraqueceu em relação a outras moedas globais. Isso sugere que alguns investidores podem estar reconsiderando os EUA como um destino seguro para seus recursos.
A Moody’s atribuiu pela primeira vez uma classificação oficial aos títulos americanos em 1993, mas já considerava o país no nível máximo desde 1949. A mudança recente reforça os desafios fiscais que os EUA enfrentam, com poucos sinais de solução no curto prazo.
Via Exame