A Motiva anunciou a atualização de suas metas de eficiência para 2035, adotando um modelo que privilegia a expansão sinérgica e um portfólio mais focado. Essa nova abordagem foi apresentada durante o Investor Day realizado em São Paulo, onde a empresa revelou suas estratégias para fortalecer sua posição no mercado.
Entre as principais mudanças, destaque para a nova meta de redução do opex, que visa alcançar 38% até 2024 e 30% até 2030. O CEO Miguel Setas ressaltou que a implementação de tecnologias avançadas da Indústria 5.0 será fundamental para atingir essas metas ambiciosas, com um foco específico na automação e análise de dados.
Além disso, a Motiva planeja simplificar seu portfólio, com a venda de operações não essenciais e a busca por um sócio minoritário em sua vertical de mobilidade urbana. Com essa estratégia, a empresa visa fortalecer sua posição em regiões com maior demanda e otimizar recursos, refletindo um compromisso com o crescimento sustentável.
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A Metas de eficiência da Motiva para 2035 foram atualizadas, sinalizando um retorno ao básico com foco em expansão sinérgica e um portfólio mais enxuto. Essa mudança estratégica deve impactar o mercado endereçável nos próximos leilões, conforme anunciado durante o Investor Day da companhia em São Paulo. A seguir, vamos detalhar os principais pontos dessa reestruturação e o que esperar para o futuro da empresa.
A Motiva, anteriormente conhecida como CCR, reafirmou sua meta de crescimento de EBITDA, mantendo-a em “high single digits” até 2035, uma projeção apresentada no Investor Day do ano passado. Contudo, a grande novidade foi a revisão das metas de eficiência, que agora apresentam um horizonte bem mais ambicioso e arrojado.
Anteriormente, a empresa havia estabelecido um ratio de opex caixa/receita líquida de 38% para 2026 e 35% para 2035. Agora, a Motiva surpreende ao anunciar que alcançará os 38% já em 2024 e mira em 30% até 2030. Para 2035, a expectativa é que esse indicador fique abaixo de 28%, demonstrando um compromisso ainda maior com a otimização de seus processos.
Segundo o CEO da Motiva, Miguel Setas, parte dessa melhoria significativa virá das iniciativas de tecnologia que a empresa está implementando. A Motiva planeja investir em seis tecnologias prioritárias da Indústria 5.0 nos próximos anos, incluindo AI generativa, big data e analytics, IOT e sensorização, robotização e automação, novos materiais e transição energética.
Setas destaca que, dos 7 pontos percentuais de melhoria na meta de eficiência, 2 a 3 pontos serão resultado direto dessas tecnologias. O restante virá de iniciativas tradicionais de eficiência, como a otimização de contratos, negociações estratégicas com fornecedores e uma reestruturação do headcount.
Nos últimos dois anos, a Motiva já reduziu seu quadro de funcionários em 10%, passando de 17,7 mil para 16 mil colaboradores. A empresa analisou 300 projetos dentro dessas seis tecnologias e selecionou 30 para serem implementados nos próximos dez anos, com um TIR superior a 30%, o que, segundo Setas, é mais vantajoso do que muitos leilões de rodovias.
Apesar de ter entregado um CAGR acima de 10% nos últimos dois anos, a Motiva optou por manter a meta de crescimento de EBITDA em “high single digits” por uma questão de prudência e conservadorismo. A empresa prefere prometer resultados que tem certeza de que poderá entregar, mesmo em cenários econômicos mais desafiadores, evitando assim frustrações e imprevistos.
Para alcançar esse crescimento, a Motiva adotará uma estratégia de portfólio mais simplificado e uma expansão “focada e sinérgica”, um movimento que o CEO define como um “back to basics“. Desde o início do ano, a empresa está vendendo suas operações de aeroportos, com assessoria do Itaú BBA e do Lazard, e está na fase de propostas não vinculantes.
Após a conclusão desse processo, a Motiva buscará um sócio minoritário para sua vertical de mobilidade urbana. No setor de rodovias, o foco será em ativos premium e em geografias estratégicas, reduzindo o mercado potencial da companhia de R$ 120 bilhões de capex para cerca de R$ 100 bilhões. A prioridade é atuar em regiões com demanda construtiva, bom ambiente de negócios e onde a Motiva já possui presença, para otimizar sinergias e economias de escala, com interesse em grandes centros urbanos e eixos logísticos, especialmente no agronegócio.
Em mobilidade urbana, a lógica é similar: a Motiva buscará aumentar sua presença nos mercados onde já opera, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, reduzindo seu mercado potencial de R$ 70 bilhões para R$ 60 bilhões em capex. A Motiva também anunciou mudanças em sua estrutura organizacional, criando uma vice-presidência dedicada à inovação, liderada por Pedro Sutter, e uma incubadora de novos negócios para investir em oportunidades adjacentes ao core business da companhia.
Outra medida importante é o reforço do núcleo de excelência em capex, que será ampliado e transversal em toda a empresa. Atualmente, a Motiva possui R$ 55 bilhões em capex para executar até o final de suas concessões, com a maior parte desse montante alocado para os próximos 10 anos. As ações da Motiva têm demonstrado um bom desempenho, com alta de 22% nos últimos 12 meses e 48% desde o início do ano, elevando o valor de mercado da companhia na B3 para R$ 30 bilhões.
As iniciativas da Motiva refletem uma estratégia de otimização e foco em áreas de maior potencial, buscando crescimento sustentável e eficiência operacional. As metas de eficiência da Motiva atualizadas e o ‘back to basics’ prometem fortalecer a posição da empresa no mercado e gerar valor para seus acionistas.
Via Brazil Journal
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