Os eventos climáticos extremos, impulsionados pelas mudanças climáticas no Brasil, já afetaram a vida de mais de 42 milhões de brasileiros. Isso significa que 1 em cada 4 pessoas no país vivenciou ou conhece alguém que sofreu com enchentes, queimadas ou deslizamentos. Uma pesquisa recente da Nexus, em colaboração com o Movimento União BR, revela a extensão desse impacto no território nacional.
O levantamento da Nexus aponta que os alagamentos lideram como o desastre mais comum, atingindo 68% dos entrevistados. Tempestades e fortes chuvas afetam 7%, enquanto deslizamentos e queimadas impactam 6% e 5%, respectivamente. A pesquisa também destaca que 7% dos brasileiros foram diretamente afetados por eventos climáticos extremos, e outros 3% conhecem pessoas que passaram pela mesma situação, totalizando aproximadamente 16,9 milhões de indivíduos.
A pesquisa da Nexus detalha que o impacto das mudanças climáticas no Brasil varia conforme a região do país. No Sul, 40% dos entrevistados afirmaram ter sido afetados ou conhecer alguém que sofreu com os desastres, principalmente devido às enchentes no Rio Grande do Sul. Essa região também se destaca por ser a mais preparada para lidar com esses eventos: 34% dos moradores tomam medidas preventivas. Em contrapartida, a nível nacional, 77% dos brasileiros nunca se prepararam para enfrentar tragédias climáticas, enquanto apenas 22% já tomaram alguma ação.
A pesquisa da Nexus indica que a preparação para desastres está ligada à experiência prévia: 42% das pessoas que já foram afetadas por eventos climáticos se consideram preparadas. A percepção sobre a frequência das tragédias também é notável, com 80% dos entrevistados acreditando que esses eventos se tornaram mais comuns no Brasil. A Nexus entrevistou 2.013 pessoas em todo o país, entre abril e maio, para obter esses dados.
Para além dos impactos regionais, a pesquisa da Nexus revela uma crescente conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas no Brasil. A maioria dos brasileiros reconhece o aumento da frequência de desastres ambientais e a necessidade de preparação. No entanto, a pesquisa também mostra uma lacuna significativa na preparação individual e nacional para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Via Exame