Golpistas estão utilizando a tecnologia **Deepfake de lipedema** para criar vídeos falsos e enganar pessoas, promovendo produtos milagrosos. Uma influenciadora digital, Tânia Carvalho, teve sua imagem e voz manipuladas em um anúncio fraudulento de um chá que supostamente cura lipedema.
A tecnologia deepfake tem se tornado uma ferramenta para golpes, e celebridades como Drauzio Varella, Ivete Sangalo, Ana Maria Braga e Xuxa já foram vítimas. No caso de Tânia, o vídeo falso a mostra promovendo um chá com alegações de eliminar a gordura adiposa e tecidos inflamados em apenas sete dias.
Tânia Carvalho, que compartilha sua jornada com o lipedema nas redes sociais, ficou chocada ao ver sua imagem sendo usada para promover algo que ela não acredita. Ela enfatiza que o tratamento para lipedema é multidisciplinar, envolvendo exercícios, alimentação e tratamentos específicos, e não um simples chá.
A busca por soluções para o lipedema tem aumentado, principalmente após a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer a doença em 2019. Em 2022, foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), tornando o Deepfake de lipedema ainda mais perigoso.
A Meta, dona do Instagram, foi notificada sobre o vídeo, mas inicialmente alegou que ele “segue os padrões da comunidade”. Posteriormente, informou que atividades que visam enganar não são permitidas. Tânia expressou sua preocupação com o uso de sua imagem e voz em algo que ela nunca promoveria.
A advogada Andressa Bizutti, especialista em mídia sintética, explica que o deepfake expõe problemas sociais, como golpes e informações falsas. Ela ressalta a importância de verificar a fonte dos vídeos, assim como aprendemos a não confiar em qualquer site na internet.
Para Tânia, o mais preocupante é imaginar que crianças e outras mulheres podem ter suas imagens usadas de maneiras ainda piores. Ela espera que as pessoas se tornem mais conscientes sobre os perigos dos vídeos falsos e verifiquem a veracidade das informações antes de acreditar.
A legislação brasileira protege os direitos à imagem, nome e voz, e proíbe o uso da imagem de uma pessoa para fins comerciais que atinjam sua honra ou boa fama. Um projeto de lei sobre Inteligência Artificial está em discussão no Congresso, que busca identificar vídeos alterados por deepfake.
Caso se sinta lesado, é importante procurar os mecanismos judiciais. O Marco Civil da Internet permite solicitar a identificação de quem realizou as postagens e requerer indenização. O Judiciário também pode determinar que as plataformas removam o conteúdo do ar, combatendo o Deepfake de lipedema.
Via G1