A Natulab, empresa farmacêutica focada em medicamentos sem receita e fitoterápicos, registrou mudanças significativas em seu cenário financeiro. Natulab reduz dívida consideravelmente, segundo informações do presidente do conselho administrativo, Ronnie Motta. Ele descreve o último ano como um período de transformações rápidas, marcando uma reviravolta na trajetória da empresa.
Motta, ex-CEO da Bombril, chegou à Natulab após o family office Pettra assumir o controle da farmacêutica. O Pettra adquiriu a participação do Pátria, detentor de 80% das ações, obtendo posteriormente a totalidade do negócio. A aquisição não foi consensual; os acionistas minoritários, italianos com 20% da empresa, contestaram judicialmente a venda.
O Pettra injetou cerca de R$ 180 milhões na Natulab. Esse investimento serviu para recompor estoques, aumentar o quadro de funcionários em 10% e reestruturar a dívida, tornando-a mais acessível e com prazos mais longos. A dívida, inicialmente de R$ 240 milhões, foi reduzida para menos da metade. Embora a Natulab não seja uma empresa de capital aberto e seus dados financeiros não sejam públicos, Motta afirma que o EBITDA em 2024 foi o maior da história da empresa.
O faturamento da Natulab cresceu 35% em 2024, apesar do número de unidades vendidas ter se mantido estável em 150 milhões. A alta receita já era uma realidade, mas as margens de lucro eram baixas. Para melhorar a rentabilidade, a empresa revisou seu portfólio e adotou uma política de descontos mais rigorosa, evitando vendas com margens negativas.
A Natulab, fabricante de produtos como o Seakalm e Maxalgina, atende 95% das farmácias brasileiras com suas 98 marcas. Apesar da presença em grandes redes, elas representam apenas 20% da receita. A empresa busca aumentar sua participação nesse mercado, investindo em marketing em mídia offline e online, para fortalecer o reconhecimento de suas marcas. A estratégia visa impulsionar a notoriedade da Natulab, o que também beneficia a empresa como terceirizada para outros grandes fabricantes. Atualmente, a Natulab produz para sete clientes, cinco dos quais foram contratados no último ano. Seu baixo custo de produção e a grande capacidade produtiva são atrativos para estas empresas. A receita da Natulab em 2023 foi de R$ 500 milhões, segundo apuração do InfoMoney.
A Natulab opera seu centro de distribuição em Santo Antônio de Jesus (BA) com 80% de sua capacidade, quatro vezes mais do que há um ano. A empresa também está investindo R$ 50 milhões na expansão de sua capacidade produtiva, atualmente em 240 milhões de unidades. Uma das fábricas passará por reformas para instalar novos equipamentos, dobrando a produção de medicamentos líquidos. A produção de suplementos, que representa 20% do faturamento, também será ampliada com a adição de novos turnos. A empresa planeja relançar marcas de creatina e whey protein e alcançar uma produção entre 180 e 200 milhões de unidades em 2025. Além disso, estuda a criação de unidades de negócio independentes e a expansão para áreas como cosméticos e higiene pessoal, considerando ainda aquisições ou joint ventures.
Via InfoMoney