Campanhas que resgatam o passado estão em alta e marcas como Brasil Cacau e McDonald’s utilizam a nostalgia para criar conexões emocionais com clientes.
O especialista em marketing, Hugo Cavalari, afirma que a nostalgia vai além de uma tendência. Em meio a um mar de informações, ela resgata memórias afetivas que fazem com que os consumidores se sintam mais ligados às marcas.
O efeito nostálgico é particularmente forte entre as gerações que viveram épocas de maior estabilidade cultural. Ao despertar sentimentos do passado, as marcas transformam a experiência de compra em algo profundamente pessoal e significativo.
As campanhas publicitárias que resgatam o passado têm ganhado força no cenário atual, aproveitando o que se considera nostalgia no marketing. Marcas como **Brasil Cacau** e **McDonald’s** têm explorado esta ferramenta ao reintroduzir produtos que evocam memórias afetivas. Seja através de sabores clássicos ou o retorno de embalagens e personagens que marcaram épocas, essas estratégias visam estabelecer uma conexão emocional mais intensa com o consumidor.
Hugo Cavalari, especialista em marketing, observa que a nostalgia não se resume a uma simples tendência; ela representa um verdadeiro comportamento de consumo. Nos dias de hoje, a saturação de informações torna difícil a criação de lembranças fortes, levando as marcas a recorrerem ao passado para evocar aquele vínculo emocional que parece ter se perdido ao longo do tempo.
Lembranças de épocas anteriores, quando a comunicação era mais direta e impactante, são frequentemente chamadas à mente pelos consumidores. Esse processo de resgate assume a forma de uma via já existente na mente, onde o lado emocional aparece em sinergia com a experiência do consumidor. Cavalari detalha que essa combinação entre o que é declarado e o que é emocional se reflete na eficácia das campanhas. Um exemplo notório é a Turma da Mônica, que, ao trabalhar com essas frentes, conseguiu criar um profundo caminho neural que, quando revivido, se torna uma potente estratégia de engajamento.
A estética do passado, marcada por cores vibrantes e personagens memoráveis, contrasta com o minimalismo que dominou a publicidade nas últimas décadas. Essa discrepância na estética gera um impacto visual e emocional, que se destaca no atual ambiente saturado de informações.
Porém, o efeito da nostalgia no marketing é mais poderoso entre aqueles que cresceram em épocas de maior estabilidade cultural. Para as gerações mais recentes, como as denominas de alfa e beta, a vontade de criar memórias duradouras pode ser um desafio, dado o ritmo acelerado das mudanças ao seu redor. Apesar de tudo, a nostalgia ainda pode ser habilmente utilizada para capturar a atenção de um público jovem, especialmente quando conecta-se a experiências emocionais significativas ou a ícones que transcendem o tempo.
A reativação de sentimentos ligados ao passado provoca um consumo mais subjetivo, onde a compra de um produto se transforma em uma experiência profundamente pessoal. Dessa forma, a nostalgia no marketing não é apenas uma ferramenta poderosa, mas também uma arte que desafia as marcas a não apenas venderem produtos, mas a estimularem memórias e emoções.
Via Exame