As Tarifas de Trump, implementadas durante sua administração, continuam a gerar debates acalorados sobre seus impactos econômicos globais. Um estudo recente da Bloomberg Economics estimou que essas tarifas podem custar à economia mundial cerca de US$ 2 trilhões até 2027, levantando preocupações sobre o futuro do comércio internacional e o crescimento econômico. As medidas protecionistas, que elevaram as tarifas dos EUA a níveis não vistos desde a década de 1930, impactam diversos setores e nações.
Desde abril de 2025, quando uma tarifa universal de 10% foi imposta sobre quase todas as importações americanas, as relações comerciais globais têm sido abaladas. A medida, combinada com tarifas setoriais já existentes, atingiu parceiros estratégicos dos EUA, como a União Europeia, Japão, Canadá e China, além de economias emergentes como Brasil, Índia e Vietnã. Essa escalada tarifária tem paralisado investimentos e forçado empresas a redesenhar suas cadeias de suprimentos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Banco Mundial apontam que essas tarifas podem subtrair entre 0,4 e 1 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2025 e 2026. Além disso, o crescimento do comércio mundial pode cair pela metade em relação ao ritmo de 2024. A OCDE também estima que as Tarifas de Trump podem adicionar de 0,3 a 0,5 ponto percentual à inflação das economias avançadas até 2026.
No Brasil, que exportou US$ 40,9 bilhões aos EUA em 2024, o impacto da tarifa de 10% é estimado em -0,05% do PIB, de acordo com simulações da Oxford Economics. No entanto, uma tarifa de 50% poderia reduzir o PIB brasileiro em 0,41% no primeiro ano, afetando significativamente as exportações do agronegócio, com café, suco de laranja e carnes sendo os mais atingidos. Tal cenário também poderia adicionar até 0,7 ponto percentual à inflação em 2026.
A indústria automobilística europeia prevê uma queda de até 6% nas exportações para os EUA, enquanto fabricantes japoneses de veículos estimam um impacto de 0,55% no PIB do Japão. Nos EUA, os preços de eletrônicos já subiram entre 7% e 9% em maio, e as montadoras preveem um aumento de 20% no preço final de carros elétricos. A incerteza gerada pela escalada tarifária é apontada como um dos maiores fatores de risco, com o FMI alertando para o aumento da volatilidade nos mercados financeiros.
Diante desse cenário, especialistas destacam que o futuro econômico global depende das negociações comerciais e da possibilidade de ampliação das tarifas. Caso as negociações não avancem, o impacto econômico global pode se aproximar de uma perda de 1 ponto percentual no PIB até 2026, segundo projeções do mercado, aumentando as preocupações sobre a sustentabilidade do crescimento econômico e a estabilidade do comércio internacional. As Tarifas de Trump continuam sendo um ponto crítico na agenda econômica mundial.
Via Exame
