A Meta está prestes a transformar a forma como a informação é verificada em suas plataformas. A partir da próxima terça-feira, dia 18, o Facebook, Instagram e Threads começarão a testar as Notas da comunidade nos Estados Unidos. Essa iniciativa ambiciona substituir o atual sistema de checagem de fatos por terceiros, dando aos usuários um papel mais ativo na correção de informações.
Com a implementação das Notas da comunidade, a Meta segue uma linha semelhante à adotada pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk, onde a própria comunidade ajuda a moderar e verificar o conteúdo. A mudança foi antecipada por Mark Zuckerberg em janeiro, que criticou a postura dos verificadores de fatos, considerando-os politicamente tendenciosos e ineficazes na construção da confiança.
Nos EUA, cerca de 200 mil pessoas já se inscreveram para participar da fase inicial de testes das ferramentas de Notas da comunidade. Apesar do lançamento iminente, a Meta esclarece que as contribuições dos usuários não serão visíveis para todos de imediato, pois o sistema de redação e classificação passará por um período de avaliação.
A Meta ainda não divulgou uma data oficial para o lançamento das Notas da comunidade, mas planeja expandir o recurso para todos nos EUA assim que os testes comprovarem a sua eficácia. A empresa assegura que, com a implementação das Notas, os rótulos de verificação de terceiros deixarão de aparecer nos EUA, abrindo espaço para que os próprios usuários colaborem na moderação do conteúdo.
Zuckerberg justifica a mudança afirmando que o programa de verificação, inicialmente concebido para ser inclusivo, acabou sendo utilizado para silenciar opiniões divergentes. A Meta argumenta que as alterações permitirão uma maior liberdade de expressão, com foco na moderação de conteúdo ilegal e de alta severidade.
A nova política da Meta surpreendeu alguns parceiros de verificação de fatos, segundo a Reuters. Especialistas alertam que a alteração na moderação de conteúdo pode levar à proliferação de informações problemáticas, como desinformação sobre vacinas, Covid e eleições.
Yasmin Curzi, da Universidade de Virgínia, ressalta que conteúdos não classificados como “explicitamente ilegais e violações de alta severidade” poderão circular livremente, incluindo desinformação, racismo e homofobia. Helena Martins, da Universidade Federal do Ceará, complementa que apenas casos como pornografia infantil continuarão sujeitos a ações de contenção de desinformação.
A implementação das Notas da comunidade representa uma mudança significativa na política de moderação de conteúdo da Meta, com potencial para impactar a forma como a informação é disseminada e verificada em suas plataformas. Resta aguardar os resultados dos testes nos EUA para avaliar o real impacto dessa iniciativa.
Via g1