A implementação de uma tarifa de 50% sobre a madeira brasileira pelos EUA gera preocupação no setor florestal. Essa medida, que encarece as exportações, pode ameaçar milhares de empregos, especialmente nos estados do Sul, como Paraná.
Os produtos florestais, que representam bilhões em exportações anuais, estão entre os mais atingidos. Com foco em madeira serrada e móveis, a tarifa pode inviabilizar um mercado que depende fortemente das vendas para os Estados Unidos, que respondem por 98% das exportações de molduras.
Em resposta, o setor florestal busca apoio para amenizar os danos. A APRE Florestas propõe medidas como linha de financiamento subsidiadas e incentivos estaduais para garantir empregos e competitividade frente a essa nova realidade imposta pela tarifa.
A decisão de implementar uma Tarifa EUA sobre madeira brasileira tem gerado grande preocupação no setor florestal do Brasil, especialmente nos estados do Sul, como o Paraná. Essa medida, que eleva os custos de exportação em 50%, pode impactar significativamente um mercado que movimenta bilhões de dólares anualmente e ameaça milhares de empregos.
A nova tarifa, com foco em produtos como madeira serrada, painéis e móveis, originários de florestas plantadas de pinus e eucalipto, já causa apreensão. Os produtos florestais lideram as exportações do agronegócio para os EUA, totalizando US$ 3,7 bilhões por ano, com US$ 1,7 bilhão proveniente da região Sul. Para o presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), Fabio Brun, a notícia é muito ruim, e ele alerta para o risco de fechamento de postos de trabalho.
A dependência do setor florestal brasileiro do mercado americano é um ponto crucial. No caso das molduras produzidas no Paraná, 98% das exportações têm como destino os EUA, o que representa um montante de US$ 102 milhões. Essa concentração no mercado americano torna o setor particularmente vulnerável a mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos, como a Tarifa EUA sobre madeira brasileira.
Antes mesmo da publicação oficial da medida, empresas do setor já começaram a adotar estratégias para mitigar os possíveis impactos negativos. Essas ações incluem a suspensão de novos envios para os Estados Unidos, a redução de estoques e a implementação de férias coletivas para evitar demissões em massa. A dificuldade em redirecionar rapidamente os volumes exportados para outros mercados agrava a situação, pois buscar novos compradores exige tempo e, muitas vezes, a redução de preços.
A medida gera debates sobre a sua coerência em relação aos compromissos climáticos globais. Afinal, as florestas plantadas desempenham um papel importante como solução sustentável para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, com a madeira sendo considerada uma alternativa renovável e menos intensiva em carbono. Nesse cenário, penalizar o setor florestal brasileiro parece contraditório e pode comprometer os esforços de sustentabilidade.
Diante desse cenário, o setor florestal se mobiliza em busca de apoio emergencial. A APRE Florestas planeja apresentar ao governo do Paraná uma série de solicitações, incluindo a liberação de linhas de financiamento subsidiadas para o pagamento da folha de funcionários, a antecipação dos créditos de ICMS para exportadores de madeira e a criação de programas estaduais de incentivo ao uso da madeira. Essas medidas visam garantir a manutenção de empregos, renda e competitividade em meio à crise desencadeada pela Tarifa EUA sobre madeira brasileira.
A expectativa é que tanto o governo estadual quanto o federal atuem com agilidade para proteger essa importante cadeia do agronegócio. A garantia de empregos e renda, bem como a preservação da competitividade, são consideradas cruciais para enfrentar os desafios impostos pela nova tarifa e assegurar a sustentabilidade do setor florestal brasileiro.
Via Exame