A jornada de empreender pode ser desafiadora, e evitar erros é fundamental para o sucesso de um novo negócio. Julia Austin, professora da Harvard Business School e autora do livro After the Idea: What It Really Takes to Create and Scale a Startup, identifica dois erros que afundam negócios que frequentemente comprometem projetos promissores: a falta de validação de mercado e um planejamento estrutural inadequado.
Primeiramente, a validação de mercado é essencial. Muitos empreendedores subestimam a importância de entender o público-alvo e a viabilidade do produto ou serviço que estão oferecendo. Austin alerta que, antes de fazer investimentos significativos, perguntas como “Quem são meus clientes?” e “O que eles realmente precisam?” devem ser prioritárias. Para abordar isso de forma efetiva, não basta olhar para métricas superficiais ou buscar validação apenas nas redes sociais. A professora sugere que os empreendedores realizem pesquisas etnográficas e façam protótipos com usuários reais. Essas práticas permitem um entendimento mais profundo sobre a demanda do mercado, ajudando a identificar oportunidades de receita e a base para decisões de investimentos futuras.
Em segundo lugar, o planejamento estrutural é uma parte crítica que muitas vezes é ignorada. Construir um negócio vai além de ter uma boa ideia; exige uma estrutura sólida que inclui a cultura organizacional, planos de contratações e processos internos estabelecidos. Austin enfatiza que falhar em atender a essas demandas pode gerar desequilíbrios financeiros, contratações inadequadas e desperdício de recursos. Essa falta de organização pode ter um efeito dominó e prejudicar a saúde financeira da empresa.
Uma mentalidade que pode ajudar é a ideia de “mover-se devagar para ir rápido”. Isso significa que, antes de buscar um crescimento acelerado, deve-se concentrar em construir uma base firme. Profissionais de finanças precisam projetar receitas futuras, estimar quantos clientes estarão ativos e definir qual será a estrutura necessária para atendê-los. Imaginar o futuro do negócio em um horizonte de seis a doze meses pode ser um exercício valioso para formar uma estratégia mais eficaz.
Ademais, o desejo de movimentar os negócios rapidamente pode levar a erros significativos. Venturas como Google ou Facebook não foram as primeiras de seus respectivos setores, mas se destacaram pelo timing adequado e pela execução eficaz com uma base financeira sólida. O verdadeiro diferencial se encontra na capacidade de analisar e estruturar a empresa de maneira a resistir aos desafios do mercado, destacando a importância da validação e do planejamento.
É necessário que empresários iniciantes e profissionais da área financeira mantenham essa reflexão continua. Assim, ansiosos por não ficarem para trás, eles devem equilibrar a necessidade de agir rapidamente com a necessidade de garantir a viabilidade do negócio em um cenário competitivo.
Via Exame