A inauguração do novo terminal de Ultracargo em Palmeirante transforma a logística no Matopiba. Com um investimento de R$ 161 milhões, a estrutura garante o abastecimento de combustíveis para a região em crescimento. O terminal possui capacidade de 23 mil metros cúbicos, facilitando o transporte e o uso de biocombustíveis.
Localizado estrategicamente, o terminal conecta-se ao Porto do Itaqui, que representa 30% do consumo de combustíveis do Brasil. Além de cortar a distância entre os produtores e os combustíveis, a nova infraestrutura promete uma redução significativa nos custos de transporte, impactando positivamente no agronegócio.
A Ultracargo visa atender a crescente demanda por diesel e biocombustíveis na região. Com a nova unidade, espera-se um aumento na eficiência operacional e sustentabilidade nas operações agrícolas, promovendo um desenvolvimento econômico robusto no Matopiba.
O Matopiba, região que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, destaca-se como uma das áreas agrícolas de maior expansão no Brasil. Com uma produção de 32 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025 e um crescimento médio anual de 10%, a região impulsiona a demanda por máquinas agrícolas e, consequentemente, por combustíveis. Nesse contexto, a Ultracargo, líder independente em armazenagem de granéis líquidos no país, inaugura seu novo terminal em Palmeirante, Tocantins.
Com um investimento de R$ 161 milhões, o terminal da Ultracargo em Palmeirante conecta o Terminal no Matopiba ao Porto do Itaqui, no Maranhão, através das linhas ferroviárias da VLI. Essa infraestrutura é estratégica, considerando que cerca de 30% dos combustíveis consumidos no Brasil passam pelo Porto do Itaqui, que já tem prevista uma expansão em sua capacidade de tancagem para 2026. Para viabilizar o projeto, a Ultracargo construiu um desvio ferroviário de 1,6 quilômetro, integrando-se à infraestrutura da VLI.
O terminal de Palmeirante possui uma capacidade de 23 mil metros cúbicos, distribuídos em 13 tanques, sendo 12 destinados a combustíveis e biocombustíveis, e um para o sistema de combate a incêndios. O objetivo principal é fornecer combustíveis e biocombustíveis para abastecer tanto as máquinas agrícolas nas fazendas quanto as unidades industriais nos estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso. A nova instalação representa uma alternativa logística crucial para cerca de 35% da região.
Antes, os distribuidores precisavam percorrer 300 quilômetros até Porto Nacional, no Tocantins, para obter combustível. A entrada em operação do terminal da Ultracargo em Palmeirante não só reduz o tempo de viagem, mas também otimiza as operações de manobra tanto na origem quanto no destino. Fulvius Tomelin, presidente da Ultracargo, destaca que a conexão ferroviária entre o porto e o terminal retira das estradas uma grande frota de caminhões, tornando o abastecimento do Matopiba mais eficiente.
Além de garantir o fornecimento de combustíveis, o terminal de Palmeirante tem potencial para se tornar um ponto de escoamento estratégico para a produção crescente de etanol de milho e de cana na região. Estima-se que a demanda por derivados e biocombustíveis na região apresente um crescimento anual de 4%, podendo atingir cerca de 3,3 milhões de metros cúbicos até 2030.
A unidade de Palmeirante está localizada em uma área de influência de dois grandes projetos no Tocantins. Em Miranorte, está previsto um investimento de R$ 1,1 bilhão em um projeto de etanol de milho com capacidade para produzir 220 mil metros cúbicos por ano, com inauguração prevista para 2027. Em Pedro Afonso, a BP Bunge está expandindo sua usina de etanol de cana, com um investimento de R$ 530 milhões. A ampliação, que deve ser concluída em 2026, aumentará a capacidade de processamento para 3,4 milhões de toneladas de cana por safra, um aumento de 30%.
Fulvius Tomelin ressalta que a região tem uma grande demanda por diesel e é um polo de produção de biocombustíveis como o etanol. Ao oferecer uma estrutura logística eficiente, a Ultracargo busca reduzir custos, aumentar a previsibilidade e impulsionar a produtividade local. A inauguração do terminal de Palmeirante faz parte da estratégia da Ultracargo de expandir sua atuação para o interior do país e conectar os polos produtivos ao mercado consumidor.
Atualmente, a Ultracargo opera em Rondonópolis (MT), Paulínia (SP) e em importantes portos como Santos, Rio de Janeiro, Aratu, Suape, Itaqui e Vila do Conde, com uma capacidade de armazenagem total superior a 1 milhão de metros cúbicos. Para 2025, a empresa planeja investir R$ 673 milhões, um valor semelhante ao do ano anterior, com 83% dos investimentos destinados à expansão.
Com a inauguração do terminal de Palmeirante, a Ultracargo busca não apenas otimizar a logística de combustíveis no Matopiba, mas também fortalecer o desenvolvimento econômico da região, impulsionando a produção agrícola e a oferta de biocombustíveis. A expectativa é que a nova infraestrutura contribua para a redução de custos, o aumento da eficiência e a sustentabilidade das operações no agronegócio local.
Via Brazil Journal