A OCDE revisou para cima sua previsão de crescimento global, projetando 3,2% para 2025. Contudo, alerta que as tarifas de importação dos EUA ainda não mostraram seu impacto completo. Vários países, incluindo os EUA e China, estão se adaptando ao novo cenário econômico.
Além das tarifas, investimentos em Inteligência Artificial estão impulsionando a economia americana. As empresas estão absorvendo custos elevados ao usar estoques de segurança. A expectativa é que a desaceleração nos EUA chegue a 1,8% em 2025, afetando o comércio global.
O Brasil também se destaca, com a OCDE prevendo crescimento de 2,3% este ano. Apesar da desaceleração mundial, as políticas monetárias dos principais bancos centrais devem se manter frouxas para estimular a economia. O cenário exige atenção, principalmente em relação às tarifas e investimentos globais.
O cenário econômico global apresenta resiliência, com um crescimento mantendo-se acima das expectativas iniciais. Contudo, as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos ainda não demonstraram seu impacto total, enquanto investimentos em Inteligência Artificial (IA) impulsionam a economia americana e medidas fiscais atenuam a desaceleração na China. A OCDE divulgou essas informações recentemente.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ressaltou que as empresas estão absorvendo grande parte do impacto das tarifas americanas, através da redução de margens e uso de estoques de segurança. Muitas companhias anteciparam-se aos aumentos tarifários do governo Trump, elevando a taxa efetiva sobre importações para cerca de 19,5% até o final de agosto, o nível mais alto desde a Grande Depressão.
Mathias Cormann, diretor da OCDE, enfatizou que os efeitos totais dessas tarifas se tornarão mais evidentes à medida que as empresas diminuírem os estoques acumulados e novas taxas tarifárias forem implementadas. A previsão de crescimento global aponta para uma leve desaceleração, de 3,3% no ano anterior para 3,2% em 2025, superando a estimativa de 2,9% feita pela OCDE em junho.
A OCDE manteve a **previsão de crescimento global** para 2026 em 2,9%, com a expectativa de que o impulso da formação de estoques diminua e tarifas mais altas prejudiquem o investimento e o comércio. Cormann alertou que barreiras comerciais adicionais ou incerteza prolongada podem reduzir o crescimento, elevando os custos de produção e impactando o investimento e o consumo.
Para os Estados Unidos, a OCDE prevê uma desaceleração do crescimento econômico para 1,8% em 2025, acima dos 1,6% projetados em junho, após um crescimento de 2,8% no ano passado. A estimativa para 2026 permanece em 1,5%. Investimentos em IA, apoio fiscal e cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve devem compensar o impacto das tarifas, a queda na imigração e cortes de funcionários federais.
Na China, espera-se que o crescimento desacelere no segundo semestre, com a diminuição do envio de exportações antes da implementação das tarifas dos EUA e a redução do apoio fiscal. A economia chinesa deve crescer 4,9% este ano, acima dos 4,7% previstos em junho, antes de desacelerar para 4,4% em 2026, revisado para cima em relação aos 4,3% anteriores.
Na zona do euro, tensões comerciais e geopolíticas devem neutralizar o impulso das taxas de juros mais baixas. A estimativa para a economia do bloco é de crescimento de 1,2% este ano, revisado de 1,0% anteriormente, e 1,0% em 2026, de 1,2%, com o aumento dos gastos públicos na Alemanha elevando o crescimento, enquanto o aperto fiscal pesa sobre França e Itália.
Para o Brasil, a OCDE estima uma expansão de 2,3% este ano e de 1,7% em 2026, acima dos 2,1% e 1,6% respectivamente previstos em junho. Com a desaceleração do crescimento, a OCDE espera que a maioria dos principais bancos centrais reduza os custos de empréstimos ou mantenha a política monetária frouxa ao longo do próximo ano, desde que as pressões inflacionárias continuem a diminuir.
A OCDE projetou que o Federal Reserve reduzirá ainda mais os juros à medida que o mercado de trabalho enfraqueça, a menos que tarifas mais altas desencadeiem uma inflação mais ampla.
A análise da OCDE sinaliza um período de ajustes e adaptações no cenário econômico global. As políticas tarifárias dos EUA e os investimentos em IA emergem como fatores chave, com potencial para remodelar as dinâmicas de crescimento e influenciar as decisões de política monetária em diversas economias.
Via InfoMoney