A ONU faz 80 anos em 2025, um marco que ocorre em meio a questionamentos sobre sua capacidade de manter a paz mundial. Fundada após a Segunda Guerra Mundial, a organização enfrenta desafios para evitar conflitos e garantir a segurança global, com a legitimidade abalada por eventos recentes.
A criação da ONU, planejada durante a Segunda Guerra Mundial, visava estabelecer um sistema para evitar novos conflitos globais. Em 1944, diplomatas dos EUA, Grã-Bretanha e União Soviética se reuniram para moldar essa nova entidade, com a China tendo um papel menos influente.
O Conselho de Segurança da ONU surgiu dessas discussões, com o poder de autorizar o uso de forças militares, mas sob a condição de que os membros permanentes tivessem poder de veto sobre questões de seus interesses. Essa estrutura visava proteger os interesses das potências fundadoras.
Em fevereiro de 1946, a URSS vetou uma resolução sobre a retirada de tropas estrangeiras do Líbano e da Síria, mostrando o potencial de bloqueio da organização. Entre 1945 e 1970, a URSS vetou 107 resoluções, enquanto os EUA também usaram o veto para proteger seus interesses, como em relação a Israel.
O fim da Guerra Fria trouxe um breve período de cooperação, com ações aprovadas em diversos países e missões de paz estabelecidas. No entanto, o consenso diminuiu com o aumento do protagonismo da China e da Rússia no século 21, levando a novos impasses diplomáticos.
Atualmente, a ONU enfrenta uma crise, com sua legitimidade comprometida pelos conflitos na Ucrânia e em Gaza. Embaixadores temem que a credibilidade da organização esteja abalada, com parte de sua legitimidade sob os escombros desses conflitos.
A ONU continua a desempenhar um papel importante em áreas como alimentação, saúde e meio ambiente, ajudando milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, a organização reconhece a necessidade de reformas, como o fim do veto e a ampliação do Conselho de Segurança, para evitar um possível colapso.
A Liga das Nações, que antecedeu a ONU, não conseguiu evitar a Segunda Guerra Mundial e encerrou suas atividades. A cúpula das Nações Unidas está ciente dessa história e da necessidade de se adaptar para continuar relevante.