Opep+ anuncia aumento na produção de petróleo a partir de outubro

Opep+ decide aumentar produção de petróleo em 137.000 barris/dia. Quais os efeitos no mercado?
07/09/2025 às 18:42 | Atualizado há 2 semanas
Aumento da produção
Demanda fraca leva a uma desaceleração na produção. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A Opep+ vai aumentar a produção de petróleo em 137.000 barris diários a partir de outubro. Essa decisão busca recuperar a participação da Arábia Saudita no mercado global. Com a demanda mundial desacelerando, a mudança representa uma estratégia importante para o grupo de países produtores.

Desde abril, a Opep+ tem promovido aumentos de produção, após anos de cortes severos. Este novo acordo foi surpreendente para analistas, pois a oferta global pode superar a demanda, especialmente durante os meses de inverno no hemisfério norte. A redução na produção anterior foi significativa, totalizando cerca de 1,65 milhão de barris por dia devolvidos ao mercado.

Os efeitos do aumento já são visíveis, com os preços do petróleo caindo aproximadamente 15% ao longo do ano. Essa diminuição impactou os lucros das empresas do setor, levando a cortes de empregos. O petróleo, atualmente, é negociado a cerca de US$65 por barril, valor influenciado também por sanções internacionais.
A Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) concordou em promover um aumento da produção de petróleo a partir de outubro. A decisão foi tomada em um contexto onde a Arábia Saudita, líder do grupo, busca ativamente recuperar sua fatia no mercado global de petróleo. Este ajuste estratégico ocorre em um momento de expectativa de desaceleração da demanda mundial.

A medida da Opep+ de elevar a produção tem sido constante desde abril. Esta ação visa dar suporte ao mercado de petróleo, após um período de cortes significativos. O recente acordo surpreende, considerando a possibilidade de um excesso de oferta durante os meses de inverno no hemisfério norte. Oito membros da Opep+ definiram que o aumento da produção seria de 137.000 barris por dia, um valor bem abaixo dos 555.000 bpd de setembro e agosto, e dos 411.000 bpd de julho e junho.

O acordo em questão sinaliza que a Opep+ iniciou a reversão de uma segunda rodada de cortes, que totalizavam cerca de 1,65 milhão de barris por dia, implementada por oito membros. Essa reversão ocorre mais de um ano antes do previsto. Anteriormente, o grupo já havia revertido integralmente a primeira rodada de cortes, de 2,5 milhões de barris por dia, desde abril, o que representa aproximadamente 2,4% da demanda global.

Jorge Leon, analista da Rystad e ex-funcionário da Opep, comentou que, embora os volumes possam parecer modestos, a mensagem é significativa. Segundo ele, o aumento da produção está mais relacionado a uma estratégia de sinalização, onde a Opep+ prioriza a manutenção de sua participação no mercado, mesmo que isso implique em riscos de preços mais baixos.

A Opep+, que inclui a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a Rússia e outros aliados, encontrou facilidade em elevar a produção durante um período de crescimento da demanda no verão. Contudo, o verdadeiro desafio surgirá no quarto trimestre, com a esperada desaceleração da demanda. A organização mantém a flexibilidade para ajustar seus planos em reuniões futuras, podendo acelerar, pausar ou reverter os aumentos conforme necessário.

A Arábia Saudita tem se esforçado para assegurar o aumento da produção. Além disso, busca meios de penalizar membros que excedem suas cotas, como o Cazaquistão. Os Emirados Árabes Unidos, por sua vez, expandiram sua capacidade e buscam metas mais ambiciosas. Donald Trump, então presidente dos Estados Unidos, exerceu pressão sobre o grupo para aumentar a produção, com o objetivo de cumprir sua promessa de campanha de reduzir os preços dos combustíveis no mercado interno.

O aumento da produção já causou uma queda de aproximadamente 15% nos preços do petróleo este ano. Essa redução impactou os lucros das empresas do setor, levando-os aos níveis mais baixos desde o início da pandemia e resultando em dezenas de milhares de demissões. Atualmente, o petróleo está sendo negociado a cerca de US$65 por barril, um valor sustentado pelas sanções impostas à Rússia e ao Irã.

Via InfoMoney

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.