A Danone, uma gigante do setor alimentício, está se reinventando ao aliar sua rica tradição com as tecnologias mais avançadas, especialmente a Inovação Danone com IA. Segundo Isabelle Esser, diretora-executiva da companhia, a empresa deseja se aproximar ainda mais dos consumidores ao oferecer produtos que remetam às receitas caseiras. Este objetivo não é apenas aspiracional; a Danone planeja integrar inteligência artificial em suas operações.
A estratégia envolve o desenvolvimento de ferramentas que simulam a digestão humana e a criação de uma “biblioteca de fermentação”. Essa coleção de culturas microbianas é digitalmente catalogada e permite a diferenciação de produtos. Com isso, dois fermentos semelhantes podem levar a texturas de produtos finais muito diferentes. Vale ressaltar que a meta da Danone é que, até o fim do mês que vem, 100% do seu portfólio infantil no Brasil tenha menos de 10% de açúcar, como orienta a Organização Mundial da Saúde.
Historicamente, a Danone tem se adaptado às exigências dos consumidores e do mercado. O iogurte original da marca, lançado em 1919, era caracterizado por ser extremamente ácido. As inovações em processos de fermentação permitiram à empresa desenvolver sabores que agradam ao paladar, mantendo os benefícios nutricionais. A evolução das receitas está profundamente enraizada na cultura alimentar de cada país, uma consideração importante para a Danone.
Outro ponto importante a ser destacado é a crescente necessidade por proteínas de qualidade em todo o mundo. As recomendações de ingestão proteica variam com a idade, e a biotecnologia surge como resposta para essa demanda. A empresa já está colaborando com agricultores para promover a agricultura regenerativa e reduzir a pegada de carbono.
Além disso, a Danone desenvolveu uma linha de produtos específicos voltados para pacientes oncológicos. Esses itens são projetados para atender às necessidades nutricionais de quem está em tratamento, que frequentemente enfrenta dificuldades para comer adequadamente. A funcionalidade é complexa, e a produção desses alimentos que reúnem proteínas, minerais e vitaminas em porções reduzidas é um resultado direto das pesquisa em nutrição.
Em relação à saúde intestinal, a Danone investe no que chamada “pirâmide do microbioma”. Essa abordagem busca compreender como a microbiota intestinal influencia a saúde geral. A empresa está focada em restaurar a diversidade da microbiota, essencial para um envelhecimento saudável, através de intervenções nutricionais.
Por fim, a Danone não utiliza a nomenclatura ESG para descrever suas práticas, pois considera que a preocupação com a sustentabilidade faz parte da sua operação há muito tempo. Isso inclui não só o desempenho em termos financeiros, mas também a responsabilidade social e ambiental. No entanto, Isabelle Esser aponta que a disposição do consumidor em pagar mais por produtos sustentáveis ainda é um desafio.
Via Exame