A crença em Jesus como figura próxima da divindade foi registrada muito cedo entre os primeiros seguidores do cristianismo. Textos do Novo Testamento indicam que essa visão se consolidou com base em interpretações sobre a ressurreição e os ensinamentos de Jesus.
Diversos evangelhos apresentam diferentes perspectivas sobre a divindade de Jesus. Enquanto Mateus e Lucas destacam sua filiação divina desde o nascimento, Marcos e João oferecem abordagens distintas que refletem a complexidade da teologia cristã inicial.
Além disso, cartas atribuídas ao apóstolo Paulo, como a Epístola aos Filipenses, já expressam uma alta cristologia. Isso demonstra que a associação de Jesus à divindade foi um processo dinâmico e multifacetado nos primórdios do cristianismo.
A crença em um Jesus próximo da divindade foi manifestada muito cedo entre os primeiros cristãos, conforme indicam importantes textos do Novo Testamento. A esperança na ressurreição, presente no judaísmo prévio, especialmente no Livro de Daniel e no Segundo Livro dos Macabeus, motivou os seguidores a interpretar a ressurreição de Jesus como um sinal do início da era apocalíptica.
Discípulos entenderam que, ao ressuscitar, Jesus manifestava um papel central na história divina, correspondendo às primícias dos mortos, inaugurando o tempo do fim e confirmando sua pregação. Esse entendimento reforçou a ideia de uma relação única entre Jesus e o Deus de Israel, porém os textos do Novo Testamento não apresentam uma visão única sobre a natureza dessa relação.
Os Evangelhos refletem variações sobre a divindade de Jesus. Mateus e Lucas destacam a filiação divina desde a concepção, Marcos o chama de “Filho de Deus” sem narrar o nascimento, e João o apresenta como o Verbo eterno, coexistente com Deus antes da criação.
Além disso, a Epístola aos Filipenses, atribuída ao apóstolo Paulo e escrita aproximadamente em 60 d.C., já descreve Jesus como alguém que, apesar de estar na forma de Deus, renunciou a seu direito divino para se tornar semelhante aos homens. Essa alta cristologia sugere que a aproximação entre Jesus e a divindade surgiu cedo no cristianismo.
O entendimento sobre essa relação evoluiu e não foi linear, indicando diversidade e complexidade nesse processo teológico dentro do movimento cristão inicial.
Via Folha de S.Paulo