A competição entre Heineken e Ambev no segmento de cervejas premium é intensa e estratégica. Cada empresa apresenta sua definição do que qualifica uma cerveja como premium, considerando aspectos variados além do preço.
A Heineken sustenta sua liderança com base em dados de mercado, destacando a importância da entrega e experiência do consumidor. Já a Ambev defende que preço e variedade de marcas, como Original e Corona, consolidam sua presença no segmento.
Especialistas apontam que qualidade, sabor e inovações contribuem para o crescimento do mercado premium no Brasil. A disputa evidencia um setor em transformação, buscando atender às novas preferências dos consumidores e ampliando possibilidades para as cervejarias.
A acirrada competição entre Heineken e Ambev no mercado de cervejas se estende à definição do segmento *premium*, considerado o de maior crescimento para ambas as marcas. Balanços recentes das empresas trouxeram à tona diferentes perspectivas sobre a disputa pela liderança na categoria de cerveja premium em debate. A Heineken reportou quedas em receita e volume, mas destacou ganhos em participação de mercado, enquanto a Ambev celebrou um crescimento de 15% em suas marcas *premium* e *super premium*, alcançando 50% de participação de mercado.
A Original, um rótulo importante para a Ambev, tem seu posicionamento na categoria *premium* questionado pela concorrência. A Heineken argumenta que o conceito de *premium* vai além do preço, envolvendo a forma como a cerveja é entregue ao consumidor. Segundo cálculos da Heineken, a empresa se mantém na liderança do mercado *premium* com suas marcas, baseando-se em dados da consultoria Nielsen. Internamente, a Ambev considera *premium* as cervejas com preço 130% superior às suas marcas principais, como Brahma, Skol e Antarctica.
Concorrentes apontam que o custo da Original em bares e restaurantes influencia seu custo médio, elevando-o. A Ambev, em nota, defende que marcas como Corona, Stella Artois, Chopp Brahma, Original e Spaten pertencem ao segmento *premium* independentemente do canal de venda ou embalagem, registrando crescimento consistente. Para Cid Passini, da L.E.K Consulting, o valor é um indicador óbvio, mas a qualidade, amargura, adição de proteína e outros fatores também são relevantes para classificar as cervejas premium em debate.
A decisão sobre quais cervejas integram o portfólio *premium* é estratégica. A Budweiser, inicialmente lançada como uma das linhas mais caras pela Ambev, foi posteriormente deslocada para o segmento *core plus*. A Amstel, da Heineken, posiciona-se como uma *mainstream* puro malte, que também cresce rapidamente no Brasil, tornando-se o maior mercado da marca. A Heineken inaugurou uma fábrica em Passos (MG) para aumentar a produção de Heineken e Amstel, rótulos com maior mercado no Brasil.
Passini, da L.E.K Consulting, aponta oportunidades em tendências de baixo consumo, como cervejas zero ou com menos calorias, e versões com sabores, proteínas e novos ingredientes. Essa variedade de categorias demonstra o amadurecimento e as possibilidades de desenvolvimento das grandes cervejarias. A definição de cerveja premium em debate evolui constantemente, e o que era considerado *premium* no passado pode não ser mais atualmente.
Via InfoMoney